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Batman de SP faz rapel na Câmara em ato por saúde
LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULOO Batman paulistano está resfriado. Na manhã desta segunda-feira (2), ele entrou na Câmara Municipal, no centro, caminhou até uma janela do quinto andar e se jogou.
Só não se esborrachou na rua porque ficou pendurado em um equipamento de rapel --amador, mas seguro, diz ele. O episódio durou mais de uma hora e chamou atenção dos funcionários da Casa, que assistiam à cena das janelas.
Na rua, uma pequena multidão olhava para cima, assustada. Policiais e agentes de trânsito tiraram fotos.
Era mais um ato do grupo "Loucos pela Paz", que usa roupas de personagens famosos para reivindicar menos violência, mais educação, reajuste salarial para PMs e redução da maioridade penal.
O Batman paulistano se recusa a revelar sua identidade. No começo de 2013, ele e seus amigos fizeram rapel na avenida 23 de Maio e no Viaduto do Chá e deram entrevistas.
Ontem, Batman protestou contra o "caos na saúde". Há uma semana, conta, pegou uma gripe forte e demorou horas para ser atendido numa unidade de saúde no Capão Redondo (zona sul), onde mora. "Estou até hoje ruim", diz.
Resolveu então protestar. "Chegamos mais cedo para montar a estratégia", conta Claudia Souza, 24, membro do grupo, e ontem vestida de Mulher Maravilha. Ela ficou na rua, dando apoio com uma faixa de protesto.
Para despistar, Batman entrou vestido de frade, com o equipamento de rapel dentro da roupa. Não foi revistado.
No quinto andar, ele colocou a fantasia do super-herói e se pendurou. Os dez bombeiros responsáveis pelo resgate ficaram preocupados porque a fachada do prédio é de vidro. As janelas podiam não resistir ao peso.
"Tenho 20 anos de experiência. Não ia arriscar minha vida", diz o ativista, que tem uma empresa de pintura de fachadas de prédios.
Os bombeiros usaram cordas para tirar o Batman do alto. Quando conseguiram, o público na rua aplaudiu. Ele foi detido e liberado depois.