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Ingressos para Copa causam mal-estar na Câmara
Vereadores queriam receber mais entradas
Não vai ter Copa. Pelo menos para alguns vereadores de São Paulo.
Parte dos parlamentares estava revoltada na terça (10) porque a prefeitura só mandou à Câmara 17 ingressos para a abertura do Mundial --para a Presidência e os líderes dos partidos. Como não havia entradas para todos, eles resolveram devolvê-las.
"Nos sentimos constrangidos porque não daria para atender os 55 vereadores", disse Adilson Amadeu (PTB). "Ela [a vice-prefeita Nádia Campeão] não soube controlar as necessidades de o vereador ter um ingresso e participar da abertura da Copa no famoso estádio do Corinthians", completou.
O vereador Goulart (PSD) afirmou não querer privilégio, mas disse ser importante que os parlamentares sejam "lembrados". Influente no Corinthians, Goulart afirmou que vai assistir ao jogo em um bar.
Com a condição de não ter o nome revelado, parlamentares afirmaram que a falta de ingressos atrapalhou, inclusive, o andamento do futuro Plano Diretor.
O presidente da Câmara, José Américo (PT), confirmou que vereadores ficaram insatisfeitos, mas, assim como a prefeitura, negou que os ingressos tivessem atrapalhado a discussão do Plano. Segundo ele, "quatro ou cinco" parlamentares foram reclamar a ele a respeito.
A prefeitura informou que tinha 94 ingressos, distribuídos "de acordo com critérios de representação institucional entre as três esferas do poder público". Desses, 17 foram enviados à Câmara.
À tarde, parlamentares tiveram uma reunião com Haddad sobre o Plano Diretor. Alguns disseram que os ingressos entraram na conversa.
Após a divulgação da notícia, vereadores procuraram jornalistas para desmentir qualquer vínculo do tema com os trabalhos do dia.
"O que nós estamos esperando não tem nada de ingressos, isso é uma bobagem", afirmou Andrea Matarazzo (PSDB). Marco Aurélio Cunha (PSD) disse que seria impossível incluir todas as autoridades.