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Unicamp vai recorrer de reprovação de contas
Para o TCE, gastos em 2010 foram irregulares
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) vai recorrer da decisão do TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) que reprovou suas contas de 2010 sob a alegação de que os gastos com pessoal consumiram 99,4% dos recursos vindos do Estado.
Um decreto estadual estabelece o limite de 75% para os salários, segundo o TCE. É a quarta vez que as contas da Unicamp são reprovadas --também foram barradas as de 2009, 2008 e 2007.
Em nota, a universidade diz que o gasto com folha de pagamentos atingiu 84,5% das recursos do Estado em 2010, já que parte dos salários são cobertos por recursos próprios e verbas federais.
Ainda segundo a Unicamp, o tribunal se equivocou ao misturar recursos estaduais, federais e os próprios da universidade na decisão.
A universidade também contesta ter tido um deficit de R$ 13,7 milhões em suas contas, como diz o tribunal.
De acordo com a Unicamp, a suplementação de recursos "não se trata de verba extra para cobrir rombo, mas sim de um descompasso entre a concessão da suplementação orçamentária e o efetivo repasse financeiro ocorrido no início de 2011".
O TCE também aponta outras irregularidades, como desrespeito à lei de licitações ao prorrogar contratos, entrega de espaços comerciais no campus sem fazer concorrência e contratação de funcionários sem concurso público.
A Unicamp está entre as principais universidades públicas do país, com 34.533 alunos, 2.042 professores, 99% dos quais têm doutorado, e 7.818 funcionários. Desde o último dia 27, funcionários e professores da instituição estão em greve para reivindicar aumento de salário.