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Programa de rádio conecta haitianos do PR a conterrâneos

'Haiti Universal' tem locução em créole, francês, inglês e em português e pode ser sintonizado pela internet

Comunidade que vive em Cascavel tem 1.300 imigrantes; três pedidos de refúgio são encaminhados por dia

LUIZ CARLOS DA CRUZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CASCAVEL (PR)

Quem sintonizar o rádio em um domingo à noite em Cascavel (PR) corre o risco de se deparar com músicas e locuções em francês, créole, inglês e até português.

Desde o início do mês, a comunidade de cerca de 1.300 haitianos que vive na cidade, a 498 km de Curitiba, tem uma nova forma de comunicação com os familiares que estão no país caribenho e com os demais conterrâneos espalhados pelo Brasil.

O "Haiti Universal" é um programa veiculado em uma rádio local. Iniciativa da Norte FM em parceria com a Igreja Anglicana, vai ao ar todos os domingos, das 20h às 21h.

Também pode ser ouvido no site www.nortefm.com, em qualquer lugar do mundo, como no Haiti.

No domingo (8), quando a Folha acompanhou o programa, a sessão musical foi aberta com a canção gospel "Pawol La" ("As palavras"), do haitiano Gazzman Couleur. Segundo os apresentadores, ela traz conforto em momento de saudades da terra natal.

Todas as canções tocadas ao longo do programa são haitianas e chegam ao estúdio em pendrives nas mãos dos quatro "radialistas": Fenet Saintilus, 24, Marc Andre Laguerre, 37, Obed Dort, 26, e Marcelin Geffrard, 36.

Quem comanda o programa é Geffrard, que morou ilegalmente nos EUA por 17 anos até ser deportado. Ele fala inglês, francês, português, espanhol e o nativo créole.

Para divulgar a programação entre os conterrâneos que vivem no Brasil e tentar aumentar a audiência pela internet, o grupo usa as redes sociais, mensagens de textos e o telefone. "Eles dão apoio, estão escutando", diz Geffrard sobre os conterrâneos.

A ideia do projeto, que ainda está sendo formatado, é manter a tradição e a cultura haitianas vivas entre os imigrantes e também permitir a interação entre refugiados com os parentes no Haiti.

NOVOS AMIGOS

Os novos radialistas se conheceram e se tornaram amigos na cidade paranaense.

Laguerre, Dort e Saintilus chegaram ao Brasil há menos de oito meses. Laguerre é casado e trabalha na construção civil, enquanto os outros dois são colegas em um frigorífico da cidade paranaense.

Geffrard veio primeiro, em 2012. Foi na viagem ao Brasil em busca de oportunidades que ele conheceu a mulher, também haitiana.

Formado em pedagogia e com dois anos de estudos de engenharia civil, ele trabalha como cobrador de ônibus, mas pretende dar aulas particulares de inglês no futuro.

Diariamente, a delegacia da Polícia Federal em Cascavel encaminha ao Ministério da Justiça três pedidos de refúgio, mas a procura é bem maior: de 30 a 40 haitianos buscam o serviço por dia.

Os excedentes ficam em uma lista de espera --o visto de refugiado pode demorar até um ano e meio para sair.

Dos 1.300 haitianos que vivem em Cascavel, 405 já conseguiram a documentação, segundo a Polícia Federal.


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