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Sem-teto impedem cadastro na Copa do Povo

Segundo Promotoria, líderes de invasão barraram registro de famílias para moradia

Coordenadora do MTST diz que funcionários desistiram de listagem por não quererem usar dados do movimento

PEDRO IVO TOMÉ DE SÃO PAULO

Líderes da Copa do Povo, invasão de sem-teto com cerca de 1.500 famílias a 3,5 km do Itaquerão, na zona leste de SP, impediram agentes da prefeitura de fazer cadastros no local para unidades habitacionais ontem (20/6), segundo o Ministério Público.

De acordo com dois promotores que acompanhavam o trabalho de funcionários da Secretaria Municipal de Habitação, líderes do acampamento disseram não ter sido avisados do cadastro e, por isso, não permitiram o registro feito pelos agentes municipais.

Maria das Dores, uma das coordenadoras do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), grupo responsável pela invasão, afirma que os funcionários não quiseram usar o cadastro feito pelos sem-teto e, por isso, desistiram de registrar as famílias.

"Sugerimos que eles viessem amanhã [hoje] para seguirem nossa lista [de sem-teto na ocupação], mas disseram que não", afirma.

A coordenadora diz que o registro de famílias feito pelo movimento é mais seguro por impedir que pessoas que não estão acampadas no terreno da Copa do Povo fossem cadastradas pela prefeitura.

O trabalho feito pela Secretaria de Habitação é um dos requisitos para que os sem-teto possam ser beneficiados por programas de moradia e de habitação popular.

Em nota, a Promotoria questiona a conduta dos sem-teto e afirma que a resistência dos líderes da ocupação "só serve para reforçar a dúvida da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo sobre o número real de ocupantes divulgado pelo MTST".

COPA DO POVO

O terreno da Copa do Povo foi invadido no início de maio deste ano por aproximadamente 300 famílias sem-teto ligadas ao MTST.

Após manifestações do movimento, o prefeito Fernando Haddad (PT) se comprometeu em destinar a área invadida na zona leste para habitações populares.

Na quarta (18), cerca de 3.000 manifestantes ligados ao grupo, segundo a Polícia Militar, fecharam a avenida 23 de Maio, na zona sul, e fizeram um cerco à sede do Secovi (sindicato do setor imobiliário), na Vila Clementino.

Eles protestavam pela aprovação do Plano Diretor e para que áreas invadidas, como a Copa do Povo, sejam reservadas para moradia.

Os sem-teto também se manifestaram contra a influência de construtoras no texto do projeto, que determina as diretrizes urbanísticas da cidade nos próximos 16 anos.

"Se não resolver, vamos colocar 30 mil em frente à Câmara", disse na ocasião Jussara Basso, coordenadora do MTST, estimando em 15 mil os manifestantes no ato.

O projeto precisa passar pela segunda votação na Câmara Municipal antes de ir para a sanção do prefeito Fernando Haddad.

A inclusão da regularização da área no Plano Diretor era defendida por membros da base aliada do prefeito.

Para evitar a resistência da oposição, no entanto, os governistas não citaram o terreno da Copa do Povo no texto final do projeto.


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