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Custo no Morumbi é alto para sem-teto, dizem associações

Para grupos de moradores, invasão é mau negócio, pois custo de vida na região acabaria expulsando ocupantes

'É área de especulação imobiliária', diz MTST; ocupado na madrugada de sábado (21), terreno tem 600 barracos

DE SÃO PAULO

Associações de moradores da região do Morumbi, área nobre da zona oeste, reclamaram nesta segunda-feira (23) da invasão por membros do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) de um terreno particular no bairro, ocorrida no sábado (21).

"É o maior absurdo, impunidade total. É política", diz Caia Marrey, 62, da Sociedade Amigos da Cidade Jardim.

Segundo ela, a invasão só ocorreu para pressionar a votação do Plano Diretor, conjunto de regras que vai definir o crescimento de São Paulo nos próximos 16 anos. O MTST afirma que irá invadir um terreno por semana se ele não for votado na Câmara.

"O bairro já tem uma série de comunidades. Elas trazem uma tristeza muito grande, pois não têm qualidade de vida nenhuma", diz Helena Caldeira, da Associação Morumbi Melhor. "Serão mais pessoas morando amontoadas."

Caia cita o custo de vida alto na região. "Nesse terreno o metro quadrado custa R$ 10 mil. Não tem como eles [sem-teto] se manterem. Eles acabam vendendo. É um péssimo negócio para todos."

Para Helena, construtoras e prefeitura deveriam se unir para fazer bairros de moradia popular. "Claro que não onde o metro quadrado seja R$ 8 mil." Imóveis já existentes na rua do terreno são anunciados por, em média, R$ 6 mil o metro quadrado.

Próximo à av. Giovanni Gronchi e cercado por prédios de alto padrão, o lote pertence à construtora Even, que afirmou que pedirá sua reintegração de posse à Justiça.

"Aqui é uma área com crescimento da especulação imobiliária. Os condomínios de alto padrão foram aos poucos expulsando os moradores das favelas", diz Natalia Szermeta, 26, coordenadora do MTST.

A invasão ganhou o nome de Portal do Povo. Até ontem (23) à tarde, tinha cerca de 600 barracos, a maioria erguida por moradores de favelas da região. Funcionam para "marcar território" --quem os constrói não fica ali o tempo todo.

A vendedora Jani Azevedo, 35, paga R$ 450 por um cômodo na favela de Paraisópolis. Ela levantava seu barraco no terreno. "Vim porque tenho esperança de ganhar uma casa." (ANA KREPP E LEANDRO MACHADO)


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