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Sem-teto acuam vereadores e irritam petistas e oposição

Movimento acampa na Câmara para cobrar a aprovação do Plano Diretor

Parlamentares reagem a ataques; após críticas de Haddad, grupo se reúne com Alckmin para pedir moradia

DE SÃO PAULO

O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) montou acampamento em frente à Câmara Municipal nesta terça-feira (24), acuou os vereadores para cobrar a aprovação do Plano Diretor e irritou parlamentares da oposição e da base do prefeito Fernando Haddad (PT).

O plano, que depende de segunda votação, é um conjunto de regras para o crescimento da cidade por 16 anos.

Os sem-teto cobram a transformação de um terreno ocupado pelo movimento, apelidado de Copa do Povo, em Itaquera (zona leste), em área para habitação popular.

Eles passaram a pressionar os vereadores depois de um protesto diante da prefeitura no final de março deste ano, quando o prefeito subiu em um carro de som do MTST e prometeu uma área para os sem-teto se os vereadores aprovassem a proposta do Plano Diretor.

Ontem (24), os sem-teto reuniram 1.500 manifestantes em frente à Câmara e bloquearam a saída do estacionamento dos vereadores.

Mais tarde, buscaram se aproximar do governador Geraldo Alckmin (PSDB), com quem se reuniram no Palácio dos Bandeirantes. Saíram satisfeitos com a promessa de mais recursos num programa de casas populares e de criar uma comissão para mediar os despejos no Estado.

A ação do MTST na Câmara foi contestada por Haddad --que já havia assumido compromisso com os sem-teto para tentar viabilizar terrenos para moradia popular.

"Embora eu considere absolutamente legítimo todo e qualquer movimento reivindicatório, sempre nos colocamos contra qualquer tipo de violência e de quebra de ordem", disse o petista, alegando ser necessário um "ambiente pacífico" para a votação do Plano Diretor.

ATAQUES

O movimento afirma que ficará acampado diante da Câmara até sexta (27) --devido à promessa do PT de tentar votar a proposta até essa data.

O principal alvo de ataques dos sem-teto foi José Police Neto (PSD), ex-presidente da Câmara na gestão Gilberto Kassab (PSD). Os manifestantes ameaçavam queimar um boneco do parlamentar.

Em um cartaz, ele foi chamado de "vereador das empreiteiras". Os sem-teto citavam doações de construtoras --previstas em lei e declaradas-- à campanha eleitoral dele no valor de R$ 400 mil.

"Tem gente querendo votar e meia dúzia que impede. O principal é esse Police Neto", disse Guilherme Boulos, coordenador do MTST.

A ação foi considerada uma ofensa à Casa por alguns vereadores, que queriam um pedido de desculpas de Boulos e o compromisso de que não haveria mais "ataques".

"Você tem 13 partidos. Cada um reage de um jeito diferente. Esse caso do Police gerou uma reação em cadeia, uma solidariedade não à pessoa do Police, mas à forma como ele foi atacado", disse o presidente da Câmara, vereador José Américo (PT).

"A gente vai se curvar a um único movimento que usou a violência como mote principal? Não vamos", disse Police Neto. Ele afirmou que as doações foram lícitas e que os sem-teto não colocaram uma lista "com os milhões que o prefeito recebeu" --a campanha de Haddad ganhou R$ 1,7 milhão do setor.

José Américo prevê a possibilidade de votação na sexta (27). O próprio PT, porém, admite dificuldades para conseguir maioria.

"Não temos os 33 votos garantidos para votar agora porque estamos discutindo as pendências de vereadores da base e de alguns que nem são da base", disse o vereador Alfredinho, líder do PT. (ARTUR RODRIGUES, LEANDRO MACHADO, EDUARDO GERAQUE E GUSTAVO URIBE)


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