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José Ignacio Botelho de Mesquita (1935-2014)

Professor da USP por quase 40 anos

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

José Ignacio Botelho de Mesquita recebeu diversos títulos, mas o que mais lhe dava orgulho, e pelo qual fazia questão de sempre ser chamado, era o de "professor".

Foram quase quatro décadas dando aulas na Faculdade de Direito da USP, onde se formou em 1958 e pela qual se tornou professor emérito.

José passava tanto tempo na universidade que os amigos até brincavam que não sabiam se ele morava em casa ou no largo São Francisco.

Tanta dedicação à faculdade o aproximou dos estudantes. Foi convidado por várias turmas para ser patrono ou paraninfo de formatura.

Era também reconhecido pelos estudantes por não ter se calado durante a ditadura. Em suas aulas, "colocava o dedo na ferida", mas, sem fazer acusações explícitas contra o regime, nunca foi preso.

Especialista em direito processual civil, publicou livros sobre a área e manteve seu próprio escritório. Nos últimos anos, não atendia mais clientes, apenas dava pareceres para outros colegas.

Manteve duas paixões nas horas de folga. Mais jovem, era aficionado por astronomia. Para ver a passagem do cometa Halley em 1986, montou seu telescópio no meio da rodovia Anhanguera.

Aos 50, descobriu o gosto pela vela. Começou praticando na represa da Guarapiranga, em São Paulo, e depois mudou para o mar. Com o veleiro "Ventania", fazia passeios quinzenais pela região da paulista Ilhabela. Certa vez, foi até o arquipélago de Abrolhos, no litoral sul da Bahia.

Morreu na sexta (20), aos 78. Teve quatro filhos --um deles é falecido-- e quatro netos.


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