Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

José Marcelo Galvão de Souza Lima (1957-2014)

O 'garimpeiro' das obras de Aleijadinho

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Há uns cinco anos, Marcelo saiu de um antiquário em Minas Gerais carregando a imagem de um santo comprada meio a contragosto, só para agradar o filho João, que se encantou pela obra.

Depois, olhando com mais calma, percebeu que, para sua sorte, tratava-se de um trabalho de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

A história, no entanto, não passou de um descuido de Marcelo, considerado o "garimpeiro" das obras do mestre do barroco brasileiro.

"Meu pai estava preocupado com algumas coisas, não tinha ido lá para procurar algo", conta João, que garantiu ao pai uma das 48 obras atribuídas à Aleijadinho que fazem parte de seu acervo pessoal, que inclui uma centena de outros trabalhos barrocos.

Filho de uma comerciante de antiguidades de Itu, no interior paulista, Marcelo Coimbra -sobrenome da mãe que ele adotou- aprendeu cedo a identificar o estilo artístico ou a "idade" das obras. E as barrocas tornaram-se as suas favoritas.

Descobriu ao menos 60 trabalhos de Aleijadinho espalhados pelo país e o exterior. Por ser antiquário, contava com a parceria do amigo e historiador Márcio Jardim para atestar a autoria das obras.

Foi curador de exposições e coautor de livros sobre o artista brasileiro, a quem pesquisou por mais de 20 anos.

Centrado, aconselhava os quatro filhos a pensar bastante antes de fazer ou falar algo. Eles agora pretendem criar um museu para abrigar o acervo de arte barroca do pai.

Marcelo morreu no domingo (22), aos 57, de septicemia (infecção generalizada).


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página