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Bônus na conta d'água pode ir até verão
Candidato à reeleição, Alckmin estuda manter desconto por redução no consumo na temporada chuvosa, que vai até março
Governador afirma que medida continuaria até recuperação de represas; na terça (9), ele recuou de sobretaxa
Um dia após recuar da proposta de sobretaxar quem não economiza água, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que analisa estender o bônus de 30% na conta dos poupadores até a temporada de chuvas, que ocorre nos meses de primavera e verão (setembro a março).
"Estamos estudando prolongá-lo mesmo no período das chuvas para poder recuperar as represas", afirmou Alckmin nesta quinta (10), em visita à região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), uma das mais afetadas pela atual crise hídrica do Estado.
A intenção de manter o desconto na fatura de quem reduz seu consumo médio de água em ao menos 20% é anunciada pelo tucano a menos de três meses das eleições, quando ele disputará um segundo mandato.
Implantada em caráter emergencial em fevereiro, a política de desconto da Sabesp (empresa de saneamento do Estado) duraria até setembro e se restringiria aos usuários do sistema Cantareira na Grande São Paulo --cerca de 9 milhões de pessoas.
Em março, entretanto, o governador anunciou a ampliação do desconto para aproximadamente 17 milhões de pessoas, em 31 municípios.
Na ocasião, Alckmin calculava que o custo do bônus seria da ordem de R$ 800 milhões. A estimativa, porém, é maior hoje, já que outras 11 cidades no interior foram incluídas na área do programa.
Segundo o governo, 91% da população está economizando água, sendo que mais de 40% dela poupou o suficiente para ganhar o bônus.
Apesar disso, o nível do sistema Cantareira não para de cair. Ontem (10/7), ele estava em 18,7%, incluindo o "volume morto" --reserva de água abaixo das comportas, que precisa ser bombeada.
Utilizado desde maio, o "volume morto" representa hoje 73% de toda a água disponível no Cantareira, de acordo com dados monitorados pela ANA (Agência Nacional de Águas).
SOBRETAXA
Na quarta (9), Alckmin afirmou não ver necessidade de cobrar sobretaxa de 30% daqueles que elevassem, mesmo que em uma gota, seu gasto médio de água --ideia que havia defendido durante os três meses anteriores.
Disse, ainda, que a cobrança estava a critério da Arsesp (agência reguladora de saneamento), ligada ao governo estadual. Procurada ontem, a agência disse que não ia se pronunciar sobre o tema.