Folha de S.Paulo

Foco

Figueira centenária é derrubada para dar lugar a prédios no Ipiranga

VANESSA CORREA DE SÃO PAULO

"Se basta plantar doze mudas para cortar uma árvore centenária, que faz parte da história de um bairro, fica muito fácil para as construtoras derrubar em vez de buscar uma alternativa".

Quem reclama é a administradora Sara Santos, 29, que registrou a derrubada de uma enorme figueira no Ipiranga (zona sul) para dar lugar a um lançamento imobiliário.

Ela publicou as fotos do que restou da árvore em uma rede social no último domingo (6). A publicação foi rapidamente divulgada por centenas de pessoas.

Os comentários sobre a derrubada seguem o tom de lamento de Sara: "Há algum tempo [...] descobrimos uma das seringueiras mais lindas do nosso bairro. Neste final de semana, fomos passear pelo Ipiranga e ficamos chocados [...]. A árvore centenária foi cortada para ceder lugar a um empreendimento".

Reações inflamadas também já são quase um padrão quando árvores são derrubadas ou ameaçadas na cidade. Recentemente, o cantor Nando Reis divulgou um vídeo em protesto contra o corte de árvores ao lado de sua casa, no Itaim Bibi (zona oeste).

A remoção da árvore foi autorizada pela prefeitura, mediante o plantio de doze mudas no terreno do empreendimento. O procedimento, autorizado por um TCA (Termo de Compensação Ambiental), é comum em São Paulo.

Segundo a construtora PDG, responsável pela remoção, apesar dos esforços para manter a árvore, "a conclusão de estudo realizado pela equipe de engenharia constatou a necessidade da sua retirada". A empresa diz que "sempre dispõe de práticas que valorizam o meio ambiente".