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Gasto da USP com pessoal chega a 105,5% do orçamento e é recorde

Valor comprometido com salários é o mais alto da história nos primeiros cinco meses do ano

Para pagar docentes e funcionários, universidade já gastou R$ 139 milhões a mais do que arrecadou

BRUNO BENEVIDES DE SÃO PAULO

A USP gastou o equivalente a 105,5% do que recebe do governo do Estado para pagar salários e benefícios de professores e funcionários entre janeiro e maio de 2014.

O valor é um recorde para o período --nunca a verba comprometida com pessoal teve uma porcentagem tão alta do orçamento. Os gastos cresceram 6,6% em relação a 2013, enquanto os repasses do governo aumentaram 5,3%.

O comunicado, divulgado por e-mail à comunidade acadêmica, mostra que o deficit no período foi de R$ 139,6 milhões [veja quadro ao lado]. O valor supera a reserva de ajuste, uma verba extra de R$ 128 milhões aprovada em fevereiro pelo Conselho Universitário para pagar possíveis reajustes salariais aos servidores.

Segundo a assessoria da reitoria, não há planos para pedir um novo valor para esta reserva. Também informou que não existe uma estimativa oficial atualizada de quais serão os gastos até o final do ano --há apenas uma previsão feita em fevereiro.

O pico com o gasto de pessoal foi em janeiro, quando alcançou 112,7% da receita --o mês costuma ter despesas mais altas porque muitos servidores tiram férias.

Para fechar as contas, a USP tem usado suas reservas. No fim de 2012, ela tinha R$ 3,23 bilhões em caixa. O valor caiu para R$ 2,56 bilhões em 2013 e chegou a R$ 2,31 bilhões em março.

"Isso não é justificativa nem desculpa para fazer um arrocho salarial" disse Ciro Correia, presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP). Professores, funcionários e alunos estão em greve contra a decisão de não conceder reajustes. Uma assembleia de docentes nesta terça (15) manteve a paralisação.

Em 2013, os servidores receberam apenas a reposição da inflação, mas eles tiveram aumentos reais no anos anteriores. O salário médio dos funcionários subiu 75% entre 2009 e 2013, enquanto o dos docentes cresceu 43%. A inflação no período, segundo o IPCA, foi de 27%.

Correia defende que o reajuste é possível e pede um aumento do repasse do governo.


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