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Acusado de abuso sexual foi denunciado a religiosos
Homens dizem que procuraram bispos e Promotoria; religioso afirma que denúncias são resultado de 'ódio'
Antes de denunciarem publicamente o religioso João Marcos Porto Maciel, o empresário Marcelo Ribeiro, 48, e o violoncelista Alexandre Diel, 42, procuraram autoridades religiosas e o Ministério Público para acusar o religioso de abuso sexual.
A Folha revelou no domingo que Ribeiro, Diel e outros dois homens dizem ter sido violentados por Maciel quando crianças. O religioso diz que as as denúncias são fruto de "ódio".
Por lei, os crimes estariam prescritos, já que vítimas têm até dez anos, após completarem 18, para denunciar.
Ribeiro comunicou o caso à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em carta de maio de 2010.
No mês seguinte, a entidade respondeu: "o assunto foi encaminhado à Assessoria Jurídica da CNBB". "Nunca me procuraram para ouvir meu depoimento", diz Ribeiro.
Procurada sobre a denúncia dos ex-integrantes de coral, a CNBB afirmou semana passada "empenho" na investigação de casos de abuso.
Ordenado padre em 1984, Maciel deixou a Igreja Católica em 2009. Há cerca de dois meses, passou e se declarar "veterodoxo", não respondendo a hierarquia. Em sua definição, os "veterodoxos" seguem rito mais antigo do catolicismo. A missa é cantada e tem trechos em latim.
Uma cópia da denúncia de Ribeiro foi encaminhada a dom Sinésio Bohn, bispo que convidou Maciel para dirigir o coral em Novo Hamburgo.
Já aposentado e sem autoridade hierárquica sobre o acusado, dom Sinésio diz tê-lo procurado em 2010. "Pedi que dom Marcos não aceitasse mais menores no mosteiro. Era o que eu podia fazer."
O bispo conta ter feito "pequena investigação" sobre rumores de que Maciel abusaria de meninos, mas nenhum deles confirmou.
Alexandre Diel diz ter procurado a promotoria da Vara da Infância e da Juventude de Caçapava do Sul. "A promotora ouviu o meu relato, mas disse que já não podia fazer muita coisa", afirma.
Atualmente, no templo de Maciel há cursos de flauta e canto a crianças carentes. O ensino cabe a pupilos.