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Foco

Em vez de demolição, sobrados ganham reforma na Bela Vista

Antigo cortiço, conjunto virou escritórios após obra modernizar interior e preservar fachada

VANESSA CORREA DE SÃO PAULO

O roteiro é conhecido. Depois de deteriorados, sobradinhos antigos são demolidos para dar lugar a estacionamentos e, anos (ou meses) depois, a novos empreendimentos imobiliários.

Mas o conjunto da rua Maria José, uma travessa da avenida Brigadeiro Luís Antônio, na Bela Vista, na região central de São Paulo, teve uma sorte melhor.

O reboco já estava caindo das paredes quando os imóveis foram completamente recuperados. Além disso, os arquitetos que projetaram a reforma tiraram partido da arquitetura original, o que é raro na cidade.

A obra, que modernizou completamente o interior dos sobrados, alterou pouco as fachadas: as janelas foram trocadas, mas a forma das aberturas foi mantida.

A maior diferença é o contraste entre o branco e as molduras de cores intensas da nova pintura.

De qualquer modo, nunca houve a pretensão de fazer um restauro à condição original, afirmam os arquitetos Marcelo Ciocler e Dirceu Iazzetta Nunes, da NPP Arquitetura, empresa responsável pelo projeto de reforma.

Renovados, os sobrados, que não eram tombados pelo patrimônio histórico, estão sendo alugados como escritórios e consultórios.

'PRESERVAÇÃO CULTURAL'

O advogado e professor da PUC e da FAAP José Lourenço, 61, dono do conjunto, diz que se inspirou no que vê no exterior em suas viagens.

"Em Manhattan, as pessoas praticamente desmontam o imóvel todo por dentro, mas mantêm a fachada."

Ele acredita que a "preservação cultural" ajuda a valorizar os imóveis, que têm sido alugados por cerca de R$ 6.000 ao mês.

A reforma levou dois anos. "É mais demorada. Os pedreiros tiveram de fazer fôrmas diferentes para restaurar cada detalhe da fachada."

Antes da obra, os sobrados eram usados como cortiços, prática comum em imóveis antigos da região.

A demolição também foi descartada porque a profundidade dos terrenos é de apenas 12 metros. Qualquer imóvel que fosse erguido depois ali teria que respeitar um recuo de frente, o que tornaria inviável o empreendimento.


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