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Grupo de artistas adota edifício no centro de São Paulo

No vale do Anhangabaú, prédio de 70 anos com quatro andares abriga estúdio, laboratório, encontros e festas

Fundado por amigos, Farol quer promover intercâmbio de ideias e projetos entre criadores, do térreo ao terraço

LÍGIA MESQUITA DE SÃO PAULO

No centro de São Paulo, em uma das pontas do vale do Anhangabaú, um prédio de mais 70 anos virou um ponto de concentração de projetos de artistas e arquitetos, entre outros profissionais.

Inaugurado oficialmente há dez dias, o edifício Farol fica localizado quase na esquina das ruas Capitão Salomão e do Seminário.

Os quatro andares do prédio foram ocupados por projetos que preveem diversas atividades conjuntas.

No primeiro, funciona o Eduqativo, instituto da galeria de arte Choque Cultural. Logo acima está o Líquen, um estúdio de design. No terceiro fica o Fluxo, laboratório para experiências de jornalismo e não ficção.

O quarto andar e o terraço pertencem a quem chegou primeiro por ali, a Balsa, um local para encontros e festas.

Para o arquiteto Baixo Ribeiro, um dos diretores do Eduqativo, o Farol pode ajudar a tornar o centro um distrito cultural mais potente.

"Sempre foi um sonho montar um hub' [espaço de trabalho compartilhado] que envolvesse educação, arte, jornalismo", diz.

Ele explica como pode funcionar o intercâmbio de ideias e andares. No próximo dia 14, o instituto promoverá um curso com Carla Caffe, que levará os alunos para um passeio pelo Anhangabaú.

A conversa sobre urbanismo com a arquiteta e desenhista pode, por exemplo, ser transmitida ao vivo pela internet, em parceria com o Fluxo.

Depois, os interessados podem emendar outra atividade no Líquen, como uma aula de serigrafia. E tudo pode terminar em uma confraternização na Balsa. "Mesmo que os limites estejam fechados dentro de cada andar, com a convivência os projetos tendem a passar por todos os pisos", diz a diretora de arte Graziela Peres, integrante do Líquen.

Idealizador e coordenador do Fluxo, o jornalista Bruno Torturra --criador do Mídia Ninja e que ganhou notoriedade nos protestos de junho de 2013 --define o Farol como um laboratório de linguagens e modelos de negócios.

"É um polo de atração de pessoas de diferentes áreas, interessadas em estabelecer novas relações criativas e profissionais, e em conectar seus trabalhos com a cidade e a vida pública", afirma.

Desbravadores do edifício, o casal de designers Elohim Barros e Renata Mein instalou a Balsa no Farol há dois anos.

Em janeiro, descobriram que a distribuidora de CDs que funcionava nos andares restantes iria sair e começaram a avisar amigos. Em pouco tempo, reuniram o time atual de inquilinos e começaram sua segunda empreitada no prédio, com o estúdio Líquen.

No dia em que a Folha visitou o local, Barros, munido de uma caixa de ferramentas, tentava resolver o problema da falta de água no local --ali, os condôminos são também os zeladores do espaço.

"É tudo novo, estamos criando um condomínio. Por enquanto, a gente resolve muita coisa por mensagens no Whatsapp", diz Renata.


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