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João Neder (1934-2014)

Foi detido 22 vezes pela ditadura

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Durante a ditadura, o jovem advogado João Neder foi detido 22 vezes. Em uma delas, prenderam-no em frente ao hospital no qual o filho, Alex, havia acabado de nascer.

João foi um estudante de ideias socialistas, pensamento compartilhado por muitos dos colegas na faculdade de direito em Goiânia.

Não à toa, o paraninfo escolhido para a formatura, em 1960, foi Fidel Castro. O líder cubano até aceitou o convite, mas enviou um representante para a cerimônia.

Após perder o emprego por causa de seus ideais, João foi aprovado em primeiro lugar em um concurso do Ministério Público de Goiás. Era considerado um dos melhores promotores do Estado.

Nos anos 1980, ao se aposentar, passou a advogar ao lado do filho e da mulher, Beatriz, com quem era casado desde 1963. Conheceram-se quando João foi contratado pela futura sogra para cuidar do divórcio dela.

Ajudou a criar a Universidade Federal de Goiás e jornais de Goiânia --sempre lutou pela liberdade de imprensa--, fez teatro, escreveu peças e livros, foi radialista e colunista. Por seus trabalhos, recebeu títulos e condecorações.

De temperamento forte e de boa oratória, não deixava de expor e defender publicamente o que defendia.

Seu passatempo era criar pombos-correio para competição, prática chamada de columbofilia. Chegou a ter 300 aves e a ser recordista mundial de distância percorrida com um dos pássaros, que voou mais de mil quilômetros.

Morreu no domingo (27), aos 80, de câncer. Além da viúva e do filho, deixa dois netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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