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PMs são presos por morte de pichadores em edifício

Corregedoria da Polícia Militar apontou inconsistências na versão deles

Segundo os policiais, dupla entrou armada no prédio para roubar; pichadores não tinham armas, dizem familiares

REYNALDO TUROLLO JR. ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO

A Polícia Militar de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (6) o pedido de prisão temporária de quatro policiais envolvidos na morte de dois pichadores em um prédio na Mooca, na zona leste de São Paulo, na última quinta (31).

Os quatro, que estão presos administrativamente na Corregedoria da PM, alegam que Alex Costa, 32, e Ailton dos Santos, 33, foram mortos após reagirem. Na versão dos PMs, a dupla, armada, entrou no prédio para roubar e atirou no braço de um dos policiais.

Para a Corregedoria, a versão tem inconsistências. Uma delas é a falta de explicação para o lapso de tempo entre o suposto confronto e a comunicação do fato à central --pelo menos 48 minutos.

Além disso, a comunicação à central foi feita por um policial que não participou da ação, o que é "fora de padrão."

A Corregedoria também ouviu uma testemunha protegida que disse ter escutado vários tiros em dois momentos diferentes, com um intervalo de dez minutos --o que não consta da versão dos PMs.

"Se, porventura, o Ministério Público entender que houve ou execução ou uma forja no local de crime, eles vão responder pelo crime. Administrativamente, a Polícia Militar não compactua com esse tipo de conduta", afirmou o tenente-coronel Marcelino Fernandes, da Corregedoria.

'CONDUTA IRREGULAR'

Fernandes disse ainda que os policiais adotaram procedimentos irregulares quando decidiram entrar no local onde os pichadores estavam, no 18º andar do prédio.

"Não sabiam se havia gente no local, deveriam isolar o local, deveriam comunicar imediatamente que tinha policial ferido, imediatamente socorrer e imediatamente levar [o caso] para a delegacia."

Familiares dos pichadores afirmam, desde o início, que os dois não eram ladrões e não carregavam armas.

Além do inquérito militar, os PMs são investigados pelo DHPP (departamento de homicídios). A diretora do DHPP, delegada Elisabete Sato, disse que o que "chama a atenção" na investigação "são os horários que não batem".

Se decretada pela Justiça Militar, a prisão temporária valerá por 30 dias, prorrogáveis. Os suspeitos são o tenente Matsuoca, 28, o sargento Amilcezar, 45, e os cabos Segalla, 41, e Figueiredo, 35, da Força Tática do 21º Batalhão.

Segundo a Corregedoria, cada um deles já havia matado duas pessoas durante o trabalho --nenhum caso anterior foi considerado irregular.

Somente neste ano, 204 PMs foram demitidos ou expulsos da corporação.


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