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Reitor liga crise da USP a quadro 'inflado' de técnicos

Para Zago, houve 'erro de gestão' ao contratar funcionários não docentes

Dirigente fazia parte da administração anterior, que elevou em 13% a quantidade de servidores da escola

FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, afirmou nesta sexta-feira (15) que uma das principais causas da atual crise financeira da escola foi um "erro de gestão" que "inflou" a quantidade de funcionários não docentes em vez de priorizar os que dão as aulas.

O contingente desses servidores que não são professores cresceu 13% entre 2010 e 2013 e houve política de reajuste salarial específica --novo plano de carreira. O número de alunos subiu 5%.

"[A crise] é resultado de um comprometimento exagerado com folha de pagamento. Foram contratados 2.400 funcionários e apenas 390 professores. E os vencimentos dos servidores aumentaram 80%", afirmou Zago, em entrevista à Folha e à TV Globo.

Desde 2013, os gastos com folha de pagamento superam a totalidade do orçamento da universidade, que deve receber R$ 5 bilhões do Estado em 2014. Assim, a instituição tem sido obrigada a usar reservas.

Funcionários e professores da universidade estão em greve desde 27 de maio.

O reitor apresentou algumas propostas nesta sexta com a justificativa de conter a crise financeira da instituição, após ser reunir com diretores.

Com as declarações, Zago faz crítica indireta ao antecessor, João Grandino Rodas, de quem foi pró-reitor de pesquisa. Questionado, disse que as informações que membros da reitoria tinham não apontavam para tal deficit.

Rodas defendia a valorização do quadro de servidores. Ele e dirigentes do sindicato dos funcionários não foram localizados para comentar as declarações do atual reitor.

Segundo Zago, há um "quadro inflado" do número de servidores --próximo de 17 mil para 90 mil alunos, ou 5,3 por estudante.

"É uma taxa muito acima do que se pratica nas principais universidades [no Reino Unido são 15 para 1, mas na UFRJ, 5,5]. Não estou questionando o valor desses servidores. Muitos são excelentes. Mas trata-se do fato de que a universidade não tem recurso para manter o quadro. Precisamos reduzir", disse ele.

Sobre o número de professores, ele diz que há "um deficit" e que esse quadro precisaria aumentar, embora não haja condições no momento.

O reitor considera que as atuais dificuldades da USP poderão ter reflexo a "longo prazo" no desempenho da instituição em rankings de qualidade pelo mundo.

"Paramos a contratação de docentes. Se for um ano, não é ruim. Mas se for dois, três anos, pode ter reflexos negativos na estrutura dos grupos de pesquisa, desestruturar o ensino de graduação."


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