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José Milton Nogueira (1916-2014)

O professor que guardava colas

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

"Ele era muito original", resume a família ao falar de José Milton Nogueira, um professor que fazia metáforas com referências à mitologia grega e que guardava em casa as colas de estudantes que considerava mais curiosas.

José era do tipo reservado, mas sempre tinha os ouvidos atentos ao que se passava ao redor. Às vezes, demonstrava sua opinião em uma única frase, indiscutível, acompanhada do humor peculiar que lhe era característico.

Impressionava a sincronia com que ensinava: mal apontava a última fórmula no quadro-negro, tocava o sinal.

Formado em engenharia química pela USP na turma de 1941, lecionou na universidade e em outras instituições.

Ajudou a fundar a FEI (então Faculdade de Engenharia Industrial), na qual deu a aula inaugural, e o Instituto Mauá de Tecnologia.

Trabalhou até os 80 anos, quando então aprendeu a usar o computador. Leitor voraz não apenas de livros, estava sempre atualizado sobre o que acontecia no mundo.

Manteve suas convicções políticas ao longo da vida e fazia questão de votar mesmo após isento da obrigação. Aos 16, alistou-se para combater na Revolução de 1932 --trabalhou como telégrafo.

Em cada um dos 67 anos de casamento, presenteou a mulher, Suzana, com rosas vermelhas e um delicado cartão no Dia dos Namorados.

Morreu na terça-feira (19), aos 98, de falência de múltiplos órgãos. Deixa Suzana e as filhas, Anna e Heloisa.

A missa do sétimo dia será ao meio-dia de hoje (26/8), na igreja São José, Jardim Europa, zona oeste de São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br


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