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Cotidiano

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Primeiro monotrilho do país será inaugurado hoje em SP

Trecho inicial funcionará em caráter experimental por dois meses na zona leste

Tecnologia provoca polêmica por receio de que vias de concreto elevadas causem um 'efeito minhocão'

ANDRÉ MONTEIRO CÉSAR ROSATI DE SÃO PAULO

Com oito meses de atraso, começa neste sábado (30) a era dos monotrilhos em São Paulo. A linha 15-prata, a primeira a ser inaugurada com essa tecnologia no país, começará a funcionar a partir das 10h, em fase de testes.

O trecho inicial tem 2,9 km e vai da estação Vila Prudente à Oratório, na zona leste. Até meados de 2018, o governo espera ter três linhas de monotrilho em operação.

Por pelo menos dois meses a linha 15 vai funcionar em caráter limitado --das 10h às 15h aos sábados e domingos, e sem cobrança de tarifa.

O Metrô afirma que essa fase, chamada de "visita controlada", serve para os últimos ajustes de equipamentos e sistemas antes da operação no mesmo horário da rede --das 4h40 à 0h.

REFERÊNCIA

Na prática, o monotrilho da 15-prata servirá de laboratório para o sistema --as outras linhas serão a 17-ouro (Morumbi-Jabaquara), em obras, e a 18-bronze (Tamanduateí-ABC), contratada.

"Como é o primeiro, esse está servindo de referência para tudo que ainda está por vir", disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, que não deu prazo preciso para a conclusão das outras linhas.

Até agora, o governo trabalhava com previsão de 2015 (17-ouro) e 2018 (18-bronze).

Quando completa, a linha 15 terá 18 estações e 26,7 km ligando o Ipiranga à Cidade Tiradentes, uma das áreas mais populosas da cidade. A demanda prevista é de mais de 500 mil passageiros/dia.

Um dos objetivos do novo ramal é desafogar a linha 3-vermelha do metrô, a mais superlotada da rede.

Para elevar a capacidade do monotrilho foram usados materiais leves, emprestados da indústria aeronáutica, sistema de tração compacto e tecnologia de operação automática (sem condutor).

O trem usa pneus e trafega por vias de concreto elevadas. Se, por um lado, elas reduzem o custo da construção por evitar escavações e desapropriações, também alimentam uma das principais críticas: a de que têm potencial para degradar áreas ao causar um "efeito minhocão".

Governo e fabricantes dizem que a estrutura causa pouca sombra e que o paisagismo atenuará o impacto.

Outras dúvidas em relação ao sistema são no caso de panes, em que o passageiro terá que usar passarelas metálicas entre as vias, e se os pneus terão vida útil longa.

Ao adotar o monotrilho, São Paulo foi na contramão de outras metrópoles que desistiram da tecnologia. Sydney, na Austrália, por exemplo, fechou uma linha no ano passado porque era pouco usada, causava poluição visual e chegava a derramar óleo nas pessoas embaixo.

ESTRANHO, MAS OK

Moradores da região das novas estações olham para o monotrilho com receio, mas aprovam a chegada de mais transporte à zona leste.

Nesta sexta, o vaivém do trem para testes na véspera da inauguração atraía curiosos. A vendedora Selma Pessoa, 34, se mostrou apreensiva. "Olha, que dá medo, dá. Mas eu vou andar nele [monotrilho]", disse. Os trens trafegam a uma altura entre 12 e 15 metros do chão.

O projetista Felipe Rocha, 34, achou o novo sistema interessante e diz que traz a "modernidade". "Vou usar para ir trabalhar", afirmou.

Também será aberta no sábado uma ciclovia de 2,4 km embaixo do monotrilho, que acompanha o traçado da av. Luiz Ignácio de Anhaia Mello.


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