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Mário Magalhães (1927 - 2014)

Foi um dos últimos tropeiros do Brasil

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

Mário Magalhães era de um Brasil que já não existe mais. Em 1954, depois de uma viagem de três meses sobre um cavalo, o tropeiro percebeu que sua atividade estava em extinção.

As estradas do interior do país, antes de terra e pedra, agora eram de asfalto e estavam cada vez mais ocupadas por ruidosos caminhões e automóveis.

Naquela data, chegar em Sorocaba tocando mais de 200 mulas desde o Rio Grande do Sul, ao lado de sete outros tropeiros, foi um ato quase heroico para Mário.

Ele começou ainda criança nas longas viagens. Vinha de uma linhagem de ao menos quatro gerações de tropeiros que compravam mulas no Sul do país para revender na região de Sorocaba, onde morava.

Cavalgava até 30 km por dia. Nas noites frias, a geada sempre congelava a lã do grosso poncho que vestia.

Quando não estava viajando, Mário ocupava-se com a criação de bois da família. Com o fim do ciclo tropeiro, investiu na compra de um caminhão usado para transportar a produção de sua região até a cidade de São Paulo.

Incentivou os cinco filhos a trabalhar desde cedo, as vezes, desde os 13 anos. Viveu a maior parte da vida no campo, onde dizia se sentir bem.

Morreu no dia 28, aos 87 anos, por falência de múltiplos órgãos e com complicações do Alzheimer. Deixa a viúva, Iolanda Magalhães, os cinco filhos, netos e bisnetos, além do sonho de que os tropeiros não sejam esquecidos.

A missa do sétimo dia será feita na Igreja Nossa Senhora Aparecida, na quarta-feira (3), às 19h30, em Sorocaba.


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