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Depoimento

'Perdi a mulher, carro e emprego pela droga; agora estou limpo'

DE SÃO PAULO

Fernando (nome fictício), 36, diz ter perdido carro, mulher e o emprego em razão do dependência em cocaína. Foi quando recorreu ao auxílio-doença; agora, tenta recomeçar. Eis o depoimento dele:

"Comecei a usar drogas aos 16 anos, com maconha, e depois virei dependente de cocaína e álcool. Por cinco anos fiquei sem usar nada, mas tive uma recaída na cocaína em 2011 e passei a usar direto.

Trabalhava como coordenador de engenharia numa empresa elétrica. Saia do trabalho, ia para o bar, começava a beber e a cheirar. Eu gastava até R$ 150 de cocaína e bebia sete garrafas de cerveja todo dia. Dormia às 5h e não conseguia ir trabalhar.

Você entra em um estado depressivo, quer ficar dormindo, fica pensando no que fez à noite. A cocaína dá um prazer e, quando acaba, a pessoa quer mais. Ao longo dos anos, vi que precisava de cada vez mais droga.

Isso me causou um rombo financeiro grande. Perdi carro, esposa. Decidi contar para o meu chefe que estava com dependência química. Já estava obsessivo [pela droga]. Ele me disse que não tinha como me manter, porque eu mexia com eletricidade de alto risco, e me demitiu.

Depois disso, pedi para a minha família me levar para uma clínica. De lá, consegui marcar o exame para pedir o auxílio-doença e recebi o laudo médico que reconhecia o problema. Fiquei quatro meses na clínica. Recebi o auxílio por dois meses e consegui renovar para mais dois. O valor mensal era de R$ 2.300, e acabei de receber o último.

Eu tinha salário de R$ 6.000, mas precisava do dinheiro para pagar a mensalidade de R$ 1.500 da clínica. Gastei todas as reservas que eu tinha com o fim do meu casamento. Agora estou limpo e vou procurar emprego."


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