Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Paulo Gratacós (1932-2014)

Foi cassado pela ditadura militar

LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

Em 1969, o arquiteto Paulo Gratacós, então prefeito de Petrópolis (RJ), recebeu a visita de um almirante da Marinha que queria uma solução rápida para um problema em sua rua.

Meses antes, o AI-5 havia endurecido ainda mais a ditadura militar no país.

Recusar uma ajuda ao almirante poderia render problemas a Gratacós, filiado ao MDB --único partido que tinha permissão para fazer oposição ao regime.

O prefeito recusou a solução. "Paulo disse que, no momento, havia outra prioridade", conta Lucilla Braga, 75, mulher do ex-prefeito.

Não se sabe se o episódio foi o estopim, mas Paulo Gratacós, eleito em 1966, foi cassado em outubro de 1969 pela junta militar que governou o país após a saída de presidente Costa e Silva.

"Paulo ficou sabendo pelo rádio, que anunciou uma série de deputados e prefeitos que estavam sendo cassados naquele dia", conta Lucilla.

"Foi cassado porque era contra a ditadura, mas ele não era comunista, era um democrata. Não tinha medo de falar o que pensava", afirma Lucilla.

Após a cassação, Paulo se afastou da política, para o "alívio" da mulher. Voltou a se dedicar à arquitetura, sua profissão de origem.

Vinte anos depois, resolveu retornar às atividades políticas. Em 1989, candidatou-se e se elegeu prefeito de Petrópolis. Ocupou o cargo até 1992, quando conseguiu eleger um aliado.

Paulo Gratacós morreu, aos 82 anos, na quarta (3), de uma doença no sangue. Deixa mulher, dois filhos e três netos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página