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Noriko Omaki (Keiko Wakamatsu) - 1917-2014

Bailarina japonesa de 32 piruetas

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

Havia dois anos que a bailarina japonesa Noriko Omaki chegara ao Brasil, em 1947. Nesse período, tentou em vão trabalhar em sua profissão.

Inicialmente, achou difícil a adaptação no Brasil e acabou trabalhando na lavoura em cidades paulistas.

Naqueles tempos, ela e a irmã escondiam seus livros em japonês no quintal de casa sempre que viam algum policial. Fruto do medo de ser estrangeira em um país, para elas, tão exótico.

Esse medo também a impedia de ir para as grandes cidades. Isso mudou quando Noriko pegou um jornal e descobriu que existia uma escola de judô em São Paulo. Pensou: se há conterrâneos na metrópole, ela pode trabalhar lá.

Noriko então colocou seus vestidos e sapatilha dentro de uma caixa e saiu de trem de Mogi das Cruzes em busca de seus conterrâneos na capital paulista.

Foram eles que a ajudaram a marcar testes nos mais importantes balés da cidade. Sua boa técnica logo lhe garantiu um emprego.

Segundo a família, Noriko (ou Keiko Wakamatsu, como era conhecida no meio artístico) foi uma das primeiras imigrantes japonesas a dançar no Theatro Municipal.

Dançou montagens clássicas como "Madame Butterfly", "O Lago dos Cisnes" e "Giselle". Mas também esteve em espetáculos de dança folclórica brasileira e japonesa.

Consagrada, chegou a viajar ao Japão com espetáculos brasileiros.

Orgulhava-se de poder dar 32 piruetas em sapatilhas de ponta. A família lembrará de seus ensinamentos de retidão, honra e da incansável busca pela perfeição.

Morreu de pneumonia, aos 97 anos. Deixa três filhos, três netos e bisnetos. Será sepultada nesta quarta-feira (10)no cemitério do Araçá, às 8h.


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