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Diretor de presídio é acusado de facilitar fugas
Foi por amizade, disse ele à polícia do Maranhão
A Polícia Civil do Maranhão prendeu na manhã desta segunda-feira (15) o diretor da Cadet (Casa de Detenção), um dos oito presídios do complexo de Pedrinhas, palco de mortes violentas desde 2013. Ele é suspeito de ter facilitado a fuga de sete detentos.
Claudio Henrique Bezerra Barcelos é investigado por facilitação de fuga, corrupção passiva e prevaricação. Em sua casa e em seu gabinete foram apreendidos documentos e computadores.
Segundo Augusto Barros, delegado-geral adjunto da Secretaria da Segurança Pública do Maranhão, em depoimento Barcelos admitiu ter facilitado a fuga de quatro dos sete detentos e disse que tomou essa atitude por amizade, sem cobrar propina.
A reportagem não conseguiu localizar os advogados do diretor.
Os detentos que teriam saído da cadeia com a ajuda de Barcelos são de alta periculosidade e envolvidos com facções criminosas, de acordo com o delegado. Eles ainda estão foragidos.
Segundo a investigação, a estratégia do diretor era deixá-los sair, mas manter no sistema eletrônico a informação de que aqueles presos continuavam encarcerados.
Segundo a apuração, Barcelos soltava presos alegando que eles participariam de audiências da Justiça ou que tinham direito a saída temporária, quando não havia nenhuma decisão judicial concedendo o benefício.
As investigações começaram há três meses. Entre as provas colhidas pela polícia estão mensagens de texto trocadas entre o diretor da Cadet e os fugitivos.
A investigação inicial aponta que ele teria facilitado a fuga dos assaltantes de banco Paulo Leandro Maciel da Silva, Rodrigo Bezerra Lima Nunes e José Wilson Pereira --que estão entre os detentos que Barcelos admite ter ajudado a deixar Pedrinhas, segundo informou o delegado-geral.
O diretor foi afastado do cargo. A polícia vai apurar se há envolvimento de outros servidores no suposto esquema de libertar detentos.