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Despejados, sem-teto vão para outra invasão na região
DO "AGORA"Parte dos sem-teto retirados na terça (16) do prédio da avenida São João, no centro de São Paulo, foi para outro edifício invadido na rua Líbero Badaró, 595.
Outras famílias foram para casa de parentes e algumas podem estar vivendo na rua, dizem líderes dos sem-teto.
Nessa invasão estão agora cerca de 180 das 250 famílias que deixaram o prédio da São João. Elas se juntaram a outras 35 que já ocupavam o edifício. As duas invasões são coordenadas pela FLM (Frente de Luta por Moradia).
As famílias despejadas estão improvisadas no local, um prédio de quatro andares com grandes galpões abertos --para ter privacidade, os moradores colocam lençóis para separar os cômodos.
Algumas delas conseguiram levar seus pertences para a Líbero Badaró.
A dona de casa Talita Santos, 23, que já sabia da reintegração, começou a retirar seus móveis no domingo. "Consegui salvar meu sofá, a televisão e algumas coisas", contou ela, que está no local com o marido e o filho de um ano.
A desempregada Maria Ivia de Oliveira, 37, não teve o mesmo êxito. Perdeu todos os móveis e até as roupas. "Não tenho nem um sabonete nem para tomar banho."
A FLM afirma que a prefeitura não deu apoio aos sem-teto. "Todos estão vivendo em uma situação difícil. Só queremos solução", disse Silmara Congo, uma das líderes.
Além disso, o grupo já recebeu um aviso de reunião com a Polícia Militar para discutir uma possível reintegração de posse do prédio.
REDE DE ABRIGOS
A prefeitura informou, em nota, que a rede de abrigos e os serviços assistenciais estão disponíveis para as família despejadas que precisarem de ajuda.
Também disse que os sem-teto podem procurar uma unidade do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para se inscrever em benefícios oferecidos pelo município.
