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Mãe de atirador afirma que filho culpava médico por impotência

Polícia trata a declaração com cautela por não ter o prontuário médico nem a versão da vítima

Urologista Anuar Mitre, baleado na segunda (15), permanece na UTI e corre o risco de perder a visão do olho direito

RICARDO GALLO CATIA SEABRA DE SÃO PAULO

Daniel Edmans Forti, 52, ficou impotente e com dores depois de uma cirurgia feita pelo urologista Anuar Mitre, 65. A afirmação foi feita pela mãe de Forti à polícia nesta quarta (17). Na segunda, Forti atirou três vezes em Mitre e se suicidou. O crime ocorreu no consultório do urologista, na Bela Vista (região central).

Mitre está na UTI do Hospital Sírio-Libanês e corre risco de perder a visão do olho direito, apurou a Folha.

Eliane Simon Forti afirmou que, ao se queixar das dores, o filho ouviu de Mitre a sugestão de procurar um profissional específico para o problema --o que deixou Forti "desapontado", segundo ela. O filho se queixou de "falta de ética" do médico, acrescentou ela à polícia.

Em razão das dores e da impotência, afirmou Eliane, Forti estava desanimado e com a autoestima baixa. Mas ela disse nunca imaginar que o filho fosse se matar e tentar assassinar alguém. Ela disse que soube do crime ao ver a notícia na TV.

O atirador havia procurado Mitre para tratar de um problema na uretra decorrente de um acidente em 2012, disse a mãe. Na ocasião, Forti fez uma cirurgia que não deu certo. Resolveu, então, procurar outro Mitre.

A polícia trata com cautela a hipótese de ter havido algum erro na cirurgia feita por Mitre por não ter o prontuário médico de Forti e também pelo fato de o urologista ainda não poder dar sua versão --ele está na UTI. Ontem, a reportagem não conseguiu falar com parentes de Mitre.

O irmão de Forti, José, também depôs e disse que, desde o acidente, o irmão usava uma bolsa acoplada a uma sonda para urinar. José disse que o comportamento de Forti estava mudado desde então.

Forti era médico do trabalho, mas cancelou o registro porque, depois do acidente, não podia mais trabalhar e não conseguia pagar a mensalidade do conselho de medicina, segundo seu irmão. Ele foi enterrado nesta quarta.

Atingido na cabeça, Mitre sofreu hemorragia na retina, o que pode afetar a visão. O diagnóstico depende de reavaliação. Ele pode perder, ainda que parcialmente, o movimento de um dos braços. Um tiro quebrou um osso. Ele ficará sedado por mais dois dias pelo menos.


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