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Vizinhos, municípios do Pará têm trajetórias opostas na educação

Ao lado de cidade que caiu em avaliação federal de ensino, colégio superou meta para 2021

Capacitação de docente e treino específico para prova ajudam a melhorar desempenho, defende especialista

LUCAS REIS ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ

Não são apenas os 60 km de estrada que separam Bujaru e Concórdia do Pará. Na rede municipal de ensino, a distância entre as duas cidades paraenses é bem maior.

Dados do Ideb, índice federal que avalia o desempenho dos alunos em provas de português e matemática, mostram o contraste entre os dois pequenos municípios com características semelhantes.

Bujaru, com 27,3 mil habitantes e distante 80 km de Belém, melhorou sua nota nos anos iniciais da rede municipal de 3,3 para 3,9 entre 2011 e 2013, cujos resultados foram apresentados no dia 5. O desempenho superou sua própria meta e a média do Pará, que recuou de 4 para 3,8.

Já Concórdia do Pará (com 30,9 mil habitantes e a 150 km da capital) viu despencar sua avaliação no período, recuando de 3,6 para 3,1.

"O fato é que [a queda na nota] não foi surpresa para nós. Já sabíamos", diz o secretário de Educação, Carivaldo Baia. Os cerca de 300 professores das 87 escolas municipais, que atendem 8.800 alunos, estão paralisados há um mês. "A greve é legítima, mas não temos dinheiro."

A crise, diz Baia, começou em 2013, quando o Censo Escolar foi revisto e 3.000 alunos, cortados, o que diminuiu o repasse do Fundeb.

Depois de setembro, não há dinheiro para a folha de pagamento e transporte escolar, cerca de R$ 2,4 milhões no total. O secretário diz que tem enxugado gastos para tentar equilibrar as contas.

Também não houve surpresa em Bujaru, na escola municipal Cantinho do Saber, que teve a melhor nota da cidade no Ideb, e subiu de 3,9 para 5,3, superando até a meta estabelecida para o ano de 2021. Segundo Francineth Moraes, técnica pedagógica da escola, houve um trabalho específico para mudar a nota.

O diretor de ensino do município, Alcindo Barbosa, diz que capacitação de professores e reuniões periódicas entre diretores e técnicos ajudam a explicar o crescimento da nota em Bujaru, que tem hoje 8.000 alunos e 73 escolas da rede municipal.

Até mesmo o preenchimento do cartão-resposta da prova foi treinado exaustivamente --essa era a principal dificuldade dos alunos, sobretudo na zona rural, explica Francineth. "O desafio agora é manter a média alta", diz.


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