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Morre, aos 102, mulher que acolhia detentos

Assistente social usou dinheiro de herança para auxiliar presidiários no RS desde 1947

PAULA SPERB COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ela chamava de anjos os milhares de presos ""inclusive os de alta periculosidade"" de Porto Alegre (RS) que recebia em casa. Agora, muitos deles devem estar com essa palavra na cabeça para lhe fazer a última homenagem.

Morreu na cidade neste domingo (21), perto do meio-dia, a assistente social Maria Ribeiro da Silva Tavares, 102, que desde 1936 cuidava de detentos. Sua história de foi tema de reportagem da Folha no sábado (20).

Dona Maria estava internada no hospital Ernesto Dornelles, na capital gaúcha, em decorrência de problemas relacionados à idade avançada. Por isso, era cuidada nos últimos anos por um dos ex-presos que ela acolheu.

"[A morte] Foi decorrente da idade", conta o filho adotivo Carlos Eduardo Aguirre, 57. O corpo será velado no patronato Lima Drumond, que ela fundou em 1947 com recursos próprios e dinheiro da herança de viúva.

O trabalho de dona Maria com os detentos começou quando ela tinha 24 anos. Filha de fazendeiro e já viúva na ocasião, ela conseguiu autorização de trabalho externo para 36 presos e os levou para casa.

A partir daí, sua vida foi dedicada a acolher e recuperar detentos, trabalho que desagradou, no início, sua família. Sobre seus "anjinhos", ela dizia que "não existem criaturas irrecuperáveis, mas métodos inadequados".

Agora o patronato abriga 63 homens do regime semiaberto. "O velório será feito lá em homenagem aos presos", afirma o filho. O enterro será nesta segunda-feira (22), no cemitério Jardim da Paz.

Dona Maria completaria 103 anos em novembro.


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