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Foco

Doações viabilizam baile de debutante de jovens com deficiência em Porto Alegre

PAULA SPERB COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Teve valsa, roupa de festa e horário no cabeleireiro, como é costume nos bailes de debutante. A diferença é que os protagonistas da festa realizada em Porto Alegre no último dia 13 têm todos algum tipo de deficiência mental.

A celebração dos 32 alunos da escola municipal Tristão Sucupira Vianna só foi possível graças a doações de dezenas de voluntários. Cabeleireira e maquiadora ficaram à disposição para arrumar os jovens no salão alugado por um comerciante. Roupas e sapatos foram doados ou alugados por "padrinhos".

Alguns dos 16 meninos e 16 meninas da escola de educação especial usam cadeira de rodas ou andador, mas a dificuldade de locomoção não atrapalhou a animação.

A debutante Shirley da Luz, de 16 anos, que frequenta a escola municipal desde quando tinha 20 dias de vida, era uma das mais animadas na pista de dança, sacudindo seu vestido branco com paetês dourados.

No momento da valsa, a clássica "Danúbio Azul" embalou os adolescentes e seus pais. Depois de cumprir o ritual, os aniversariantes escolheram suas músicas preferidas para dançar.

MÚSICA

Segundo o DJ Emmanuel Nefoussi, 51, o funk foi o mais pedido. "Eles gostam mais de Anitta. Gostam também de pagode, do Thiaguinho. Eles têm bom gosto, sabem escolher", afirma Nefoussi.

Foi o primeiro baile com tantos aniversariantes especiais animado por Nefoussi, que é pai de uma das debutantes, Jéssica Jardim, de 15 anos de idade.

"Foi o melhor negócio na vida dela", diz Nefoussi, sobre as atividades na escola. De seus três filhos, dois têm deficiências mentais. "O outro tem 30 anos e agora só fica em casa, as escolas atendem só até os 21 anos", diz.

A maioria das famílias é de origem humilde e mora no bairro Restinga, onde está localizada a escola.

De acordo com a vice-diretora da escola, Cláudia Gil, 47, as famílias não teriam condições de pagar uma festa como aquela, com mais de 300 convidados, 5.000 salgadinhos e seis bolos.

"Nós os tratamos como qualquer outro adolescente. Eles gostam de festa", afirma ela, lembrando que os alunos não costumam frequentar festas nem bailes.


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