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Crise da água

Dirigente de agência critica transparência de SP em crise

Faltam 'informações honestas' de como será abastecimento, diz Grillo, da ANA

Secretário de Alckmin, Mauro Arce rebateu afirmação, dizendo que governo 'não esconde nada de ninguém'

HELOISA BRENHA DE SÃO PAULO

O secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce, e o diretor-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu Grillo, travaram um embate em uma mesa-redonda sobre escassez hídrica nesta terça (23), no auditório Ibirapuera.

A atividade fazia parte do Arq.Futuro, evento anual de arquitetura que vai até esta quarta (24), em São Paulo.

O diretor-presidente da ANA arrancou aplausos da plateia ao criticar a falta de clareza da Sabesp em comunicar à população o que pretende fazer para abastecer a Grande São Paulo caso se esgotem as reservas do sistema Cantareira --cujo nível ontem (23/9) era de apenas 7,8%.

"O impacto sobre a vida das pessoas e o de São Paulo sobre o resto do país são muito grandes para serem tratados sem que essas informações sejam as mais honestas possíveis", disse Grillo.

O secretário da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que diz que o abastecimento está garantido até março, tomou a palavra para rebater as críticas.

"O que que é comunicar? É falar: Olha, não tem água'? Todo mundo sabe disso. Não estamos escondendo nada de ninguém", afirmou Arce.

"Por incrível que pareça, no racionamento de energia elétrica, ninguém cortou a energia de ninguém. Foi um trabalho de controlar a demanda. Não preciso decretar: Olha, tem um racionamento.' Está na cara que existe um problema", completou.

A Sabesp vem controlando a demanda de água por meio de três ações principais: o remanejamento de água entre sistemas, a diminuição no consumo estimulada pelo bônus na conta e a controversa redução na pressão da água distribuída durante a noite.

A medida costuma ser adotada regularmente, como forma de evitar ou diminuir vazamentos na rede. Mas, pelo menos desde abril, a Sabesp vem intensificando essa redução, o que resultou em uma "economia fabulosa" de água, nas palavras do diretor da estatal Paulo Massato.

Na prática, a ação restringe o volume de água que chega aos imóveis e vem coincidindo com uma onda de reclamações de falta de água.

Relatório da Sabesp enviado à Promotoria afirma que a redução da pressão à noite tem relação direta com os casos de desabastecimento.

Questionado sobre o documento, o secretário disse que "a Sabesp já divulgou um desmentido" e que "por incrível que pareça, o número de reclamações [de falta de água] é menor do que ano passado".

Em pesquisa Datafolha feita em 12 e 13 de agosto, 46% dos paulistanos relataram ao menos um corte de água em casa nos 30 dias anteriores. Em maio, eram 35%.

Arce também afirmou que a autorização para a Sabesp retirar uma segunda cota do "volume morto" (reserva de água abaixo das comportas das represas) do sistema Cantareira será conversada com a ANA --71% da primeira cota já foi consumido.

Segundo Grillo, a agência aguarda um plano da Sabesp para analisar a autorização.


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