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Polícia suspeita que corpo tenha sido jogado na raia da USP 3 dias após festa

Registro policial aponta 'escoriações de aparente arrasto' e ausência de inchaço e rigidez cadavérica

Em depoimento, instrutor afirma que treinou ali por 3 dias, de manhã e à tarde, sem ver 'nada de anormal'

REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

A polícia suspeita que o corpo do estudante Victor Hugo Marques Santos, 20, encontrado na manhã de terça-feira (23) na raia olímpica da USP, tenha sido jogado na água entre a madrugada de segunda (22) e a manhã de terça --ou seja, até três dias após seu desaparecimento.

O corpo tinha "escoriações de aparente arrasto no lado esquerdo da face, no nariz, na parte esquerda do lábio inferior e nos cotovelos", segundo o registro policial.

Tinha também "um pequeno edema no olho direito" e "não apresentava inchaço nem rigidez cadavérica".

Victor Hugo desapareceu no sábado (20) de uma festa no velódromo da USP, promovida pelo Grêmio Politécnico com autorização da universidade. Nesta quarta (24), a direção da Escola Politécnica proibiu festas futuras.

Segundo os amigos que estavam com Victor Hugo, ele disse que iria buscar cerveja, por volta das 5h, e não voltou.

'NADA DE ANORMAL'

A hipótese de que o corpo tenha sido jogado na água três dias após a festa baseia-se no depoimento de um instrutor de remo que trabalha na raia e localizou o cadáver após ser avisado por um aluno, por volta das 6h30 de terça.

O profissional disse que treinou na raia no sábado (20), no domingo (21) e na segunda (23), nos turnos da manhã e da tarde, "sendo que por diversas vezes efetuou o percurso da raia olímpica com sua lancha" sem avistar "nada de anormal", de acordo com o registro policial.

Além disso, segundo o instrutor, cerca de 120 pessoas treinaram ali sem ter visto o corpo nesses três dias. Ele também disse que agentes de segurança do campus fazem ronda na raia de hora em hora.

O DHPP (departamento de homicídios) afirma que não descarta nenhuma hipótese --homicídio, suicídio, morte acidental-- e que é necessário esperar os laudos do IML, que atestarão a hora aproximada e a causa da morte.

A expectativa é que os laudos, que podem demorar 30 dias, revelem se Victor Hugo morreu afogado ou se foi jogado na água já morto. Será feito também o exame toxicológico --a polícia investiga se o jovem usou drogas na festa.

Nesta quarta, quatro pessoas prestaram depoimento: uma testemunha que disse ter visto um rapaz sendo retirado da festa por seguranças, um amigo de Victor Hugo e dois seguranças da C.O.S. Group.

Segundo o advogado Arthur Marinho, a empresa entregou à polícia uma lista com os 140 vigilantes que trabalharam no evento. Nenhum relatou ter havido brigas.

A polícia deve ouvir os seguranças e também os funcionários da raia da USP, já que o lugar é de acesso restrito.


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