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Santa Casa vive calamidade financeira, diz novo dirigente

Superintendente estima que o rombo no caixa supere R$ 450 milhões

Irineu Massaia afirma haver indícios de má gestão; antecessor e provedor do hospital não se pronunciaram

ROGÉRIO PAGNAN THAIS BILENKY DE SÃO PAULO

Desde segunda-feira (22), quando assumiu a superintendência da Santa Casa de São Paulo, o médico Irineu Massaia, 38, diz ter recebido notícia ruim atrás de notícia ruim. Entre as piores, o rombo financeiro da instituição, que apurou ser ainda maior do que se sabia.

Até a semana passada, a cúpula do hospital afirmava que devia R$ 400 milhões para bancos e fornecedores. Massaia calcula que a dívida supere R$ 450 milhões.

"Não há nenhum dinheiro em caixa. Nada. A dívida é astronômica. Só com bancos são R$ 370 milhões. Por mês, pagamos R$ 6 milhões em juros e amortização", disse Massaia, em sua primeira entrevista como superintendente.

Anteriormente, divulgou-se que os gastos mensais com juros eram de R$ 4 milhões.

Além do estado de "calamidade financeira", como classifica, o novo chefe da Santa Casa diz que identificou indícios de má gestão como a falta de compilação dos números do hospital, inclusive os da própria dívida.

Segundo Massaia, não há um setor que organize os contratos da instituição, alguns dos quais milionários. "Foram quase 21 horas de trabalho quase ininterruptos para buscar o dado [da dívida]."

Massaia, que era diretor da Santa Casa, foi convidado para o cargo pelo provedor, Kalil Rocha Abdalla, após o pedido de demissão de Antonio Carlos Forte, que estava na superintendência havia 22 anos.

Forte deixou o cargo depois de a Folha revelar que ele e o ex-tesoureiro, Hercílio Ramos, receberam mais de R$ 100 mil a título de consultoria do grupo que controla a distribuição de suprimentos do hospital, a Andrade Gutierrez.

Abdalla está em seu terceiro mandato. Assumiu a instituição em 2008, quando a dívida era estimada em R$ 70 milhões. Nem ele nem Forte quiseram comentar as declarações de Massaia.

A má gestão, ainda de acordo com novo superintendente, agrava a saúde financeira da Santa Casa. Recursos que poderiam ser usados para aliviar o caixa são desprezados.

Massaia citou como exemplo de contratos pouco vantajosos os de estacionamentos, que rendem na Santa Casa 31% a menos do que normalmente no mercado.

Além disso, conta o superintendente, planos de saúde devem R$ 80 milhões à Santa Casa e esses valores ainda não foram cobrados.

O dirigente também citou o aluguel dos 850 imóveis, que representam "ínfimos 2%" da receita da Santa Casa, ou R$ 2,5 milhões mensais. "Temos que, de cara, triplicar essa receita."


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