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Pais de estudante morto criticam segurança na USP

Família e amigos oferecem R$ 10 mil por pistas da morte

Perfil no Facebook foi criado para receber informações que possam ajudar a esclarecer caso Victor Hugo

Pai diz que local onde festa foi realizada é um "mausoléu"; advogado diz que família vai acionar USP na Justiça

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

Uma festa regada a uma bebida à base de vodca cujo nome é "amnésia", num espaço sem estrutura e com sistema de segurança precário dentro da USP foi o conjunto de elementos que "ceifaram" a vida de Victor Hugo Santos, estudante de design de 20 anos que morreu após um show dentro da universidade, no último sábado (20).

Essa é a opinião dos pais do jovem, que concederam uma emocionada entrevista coletiva nesta sexta (25).

O rapaz, que cursava design no Senac, desapareceu às 4h30 do sábado durante a festa no velódromo da USP. O corpo foi achado somente na terça-feira (23), na raia olímpica da universidade.

O advogado contratado por eles, Ademar Gomes, afirmou que a família pretende entrar com uma ação indenizatória na Justiça contra a direção da USP, o grêmio estudantil da Escola Politécnica --realizador do evento-- e a empresa que fez a segurança.

No desespero para descobrir a motivação da morte, familiares e amigos fizeram uma vaquinha para custear uma recompensa de R$ 10 mil para quem oferecer informações que ajudem a esclarecer o crime. Para isso, criaram um perfil no Facebook chamado "victorhugomisterio".

"Nós estivemos no velódromo no sábado e vimos que aquilo não é lugar para festa, parece uma mausoléu, não tem estrutura para receber ninguém. Não tinha uma câmera filmando", disse o bancário José Marques dos Santos, 55, pai da vítima.

"A morte do meu filho não foi em vão. Tudo precisa ser revisto, pois é a nossa juventude. A vida do meu filho, que tinha um monte de sonhos, foi ceifada", afirmou a mãe, a podóloga Vilma Consolação Costa Santos, 56.

A universidade diz que lamenta a morte, que os eventos futuros foram cancelados e que medidas estão sendo tomadas para evitar casos como o de Victor.

A empresa C.O.S., responsável pela segurança, diz que o trabalho no evento foi correto. Já o grêmio diz que zelou pela segurança.

Embora ambos tenham usado o termo "ceifar", o pai explicou que não quis dizer necessariamente que tenha sido um homicídio, mas que a situação toda --desorganização da festa e falta de segurança"" causou a morte.

Santos diz esperar que a morte de Victor seja um marco, para evitar novas tragédias. Vilma afirmou que o filho não era usuário de drogas e que sempre enviava mensagem a cada duas horas quando saía. "Meu filho saiu querendo voltar para casa. Ele arrumou a cama do amigo que dormiria em casa. Era uma criança que queria estar sempre com a família", disse.

Eles disseram que os amigos contaram ter perdido o contato com Victor Hugo por volta das 4h30 de sábado. Depois disso, não o viram mais.

Sobre a hipótese de o jovem ter sido agredido por seguranças, os pais disseram ter sabido pelos amigos. Segundo ele, pessoas teriam visto o jovem passando no meio de pessoas tropeçando, numa suposta agressão.

"Só queremos a verdade. Vivemos como se estivéssemos com uma faca dentro do nosso peito", disse o pai.


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