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Crise da água

Plano para 2ª cota de 'volume morto' é fraco, diz agência

Dirigente da ANA afirma que Sabesp protelou entrega do texto para avaliação

Procurada, a empresa não quis comentar; nesta quarta (1º), a reserva do sistema Cantareira era de 6,7%

LUCAS SAMPAIO DE CAMPINAS

A Sabesp protelou a entrega de um plano para a retirada da segunda cota do "volume morto" do sistema Cantareira e, quando o fez, apresentou um projeto "muito fraco", afirmou o diretor-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu, nesta quarta-feira (1º).

A empresa pediu para reapresentar no próximo dia 6 o estudo, que prevê a utilização de mais 106 bilhões de litros das águas que estão abaixo das bombas de captação.

O plano foi enviado na semana passada aos órgãos responsáveis por autorizar a retirada ""ANA e DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica, do governo paulista).

Para Andreu, que não deu detalhes do plano nem disse a razão por que o considera fraco, "parece evidente que há uma ação protelatória" da Sabesp, que entregou o projeto no último dia de prazo, após três prorrogações.

"Eles encaminharam um documento muito fraco, como a própria Sabesp reconheceu", afirmou. "Depois, na segunda [29], pediram mais cinco dias para a revisão desse documento."

O novo prazo solicitado pela Sabesp coincide com o dia seguinte ao primeiro turno das eleições, que ocorre no domingo (5). O governador Geraldo Alckmin (PSDB) é candidato à reeleição.

A Sabesp informou que não vai se pronunciar sobre as críticas ou sobre o conteúdo do plano e que entregará nova versão do documento no prazo extra solicitado.

A Folha teve acesso a dados da versão original do plano. Segundo projeção inicial, a segunda cota do "volume morto" e as chuvas permitiriam abastecer a Grande SP e as regiões de Campinas e Piracicaba até maio de 2015, quando começa o próximo período de estiagem.

O plano mostra que há 93% de probabilidade de o Cantareira chegar em 1º de maio com cerca de 10% do volume útil --mesmo patamar de 1º de maio deste ano. Caso essa projeção se concretize, é provável que os mesmos problemas da crise hídrica de 2014 se repitam no próximo ano.

Nesta quarta (1º), o Cantareira tinha 6,7% da água que é capaz de armazenar.

O sistema abastece diretamente 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo (antes da crise eram 8,8 milhões) e, indiretamente, 5,5 milhões de consumidores no interior do Estado.

Dos 974 bilhões de litros do volume útil e 182 bilhões da primeira cota do "volume morto" --em uso desde maio--, restam menos de 63 bilhões de litros de água. A segunda cota do "volume morto" adicionará 106 bilhões de litros ao sistema, caso a retirada seja autorizada.


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