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Menina torturada pede ao pai para deixar abrigo

Garota de três anos está sob os cuidados do Conselho Tutelar há dez dias

O padrasto e a mãe da criança estão presos sob suspeita de praticar agressões psicológicas e físicas, segundo polícia

KAIO ESTEVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ARAÇATUBA (SP)

Em pleno domingo (12) de Dia das Crianças, a menina de três anos que sofreu maus-tratos psicológicos em Araçatuba, no interior paulista, ainda não sabe se poderá ver o pai, um funileiro de 36 anos da vizinha Nova Luzitânia.

A garota está no abrigo do Conselho Tutelar há dez dias. A mãe dela, de 21 anos, e o padrasto, um empresário de 35, estão presos sob suspeita de praticar agressões físicas e psicológicas, segundo a polícia. Algumas delas foram filmadas em vídeo pelo próprio casal, disse a polícia.

"Ela pergunta por que não pode ir embora e fala que não quer ficar lá", diz e o funileiro à Folha. Ele vai neste sábado (11) ao conselho para saber se poderá vê-la no domingo.

O crime aconteceu em um condomínio em área nobre de Araçatuba (a 527 km de São Paulo), onde vivia o casal e a criança.

Na semana passada, uma conselheira que acompanha a menina no abrigo disse que ela chora o tempo todo. "[Minha filha] É uma criança amorosa, carinhosa. Ela não é birrenta. Nos vídeos divulgados, dá para ver que ela é boazinha", afirma o funileiro.

Ele se refere às imagens nas quais a criança aparece sofrendo os maus-tratos. Numa delas, o padrasto pede para ela comer uma cebola e diz que se trata de maçã. Noutro, ele aparenta estar impedindo que a menina durma --mesmo ela estando sonolenta.

Para o funileiro, no entanto, a dona de casa suspeita de participar das agressões "sempre foi uma boa mãe".

"Eu não entendo a prática do crime. É minha filha, né?" Ao visitá-la na quinta-feira (9), a menina não perguntou pela mãe, segundo ele.

Por causa das agressões, a mulher de 21 anos e o padrasto perderam a guarda da menina. Ele foi transferido para a penitenciária de Tremembé (a 147 km de São Paulo) na quarta-feira (8), e a mãe foi presa na quinta e levada para a cadeia de General Salgado (a 545 km de São Paulo).

Agora, o funileiro pediu a guarda da menina para "evitar que ela passe mais fins de semana no abrigo" e, sobretudo, o Dia das Crianças.

Antes da repercussão do caso, o pai contou que a menina estava assustada. Quinze dias antes de a polícia descobrir o crime, a mãe da criança não atendida mais suas ligações.

'OUTRA HISTÓRIA'

Apesar de morar a cerca de 60 km de Araçatuba --Nova Luzitânia, município de cerca de 3.500 habitantes--, o pai via a filha semanalmente."Eu ficava com ela todos os fins de semana. Uns 15 dias antes de descobrirem o crime, ela [a mãe da menina] não atendia minhas ligações. Eu fiquei sem ver a minha filha por isso", disse.

Só quando foi para o abrigo é que o funileiro se encontrou com a menina.

O pai teve um relacionamento de três anos com a mãe da menina até 2012. Eles moraram juntos por um ano. "É revoltante. Eu fico triste porque não queria que isso tivesse acontecido, queria que a história fosse diferente. Mas acho que, se eles realmente fizeram isso, que eles paguem por isso", diz.

A Folha não publica os nomes da menina, da mãe nem do padrasto para proteger a criança.


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