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Crise da água

A Dilma do alckmin

Na crise hídrica, presidente da Sabesp, de elogiado perfil técnico, desagradou como gestora

EDUARDO GERAQUE

Mineira, que conhece bem o poder público de Brasília, e que pelo menos no último ano conviveu com o gerenciamento de uma grave crise.

Em vez de, como sua xará do Planalto, comandar o país em baixo crescimento, Dilma Seli Pena Pereira, 64, teve uma outra atribuição igualmente nobre neste ano: gerenciar, na condição de presidente da Sabesp, a maior crise hídrica da história da Grande São Paulo.

Ao enfrentar o desafio, a dirigente pública acentuou duas características do seu perfil profissional.

Com um currículo técnico elogiado, ela desagradou ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) como gestora.

O dirigente tucano, no início do ano, chegou a reclamar a auxiliares da demora dela em informá-lo sobre a possibilidade de São Paulo passar por um quadro de desabastecimento de água.

Na época, ela justificou que trabalhava com dados e previsões que sempre foram usadas pela empresa.

Dilma, desde os anos 1970, ocupa cargos de destaque nas áreas de energia, saneamento e recursos hídricos.

Em Brasília, onde se formou em geografia na Universidade de Brasília, trabalhou, por exemplo, no Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), na ANA (Agência Nacional de Águas) e no Ministério do Planejamento.

Quando estava no Ipea, concluiu seu mestrado, na FGV de São Paulo.

'CONTRIBUIÇÃO SINGELA'

Em seu trabalho "Os (Des)Caminhos da Politica Urbana (Uma Avaliação Crítica dos anos 70)", de 1987, a então estudante criticou o Estado.

"A contribuição da ação do Estado, através da política urbana (...), no avanço democrático e na modernização do capitalismo brasileiro é bastante singela", escreveu.

"Ela sempre foi muito dedicada. Tive um bom diálogo acadêmico com ela", conta o professor Pedro Jacobi, orientador da mestranda Dilma.

Em São Paulo, a geógrafa há anos atua com os tucanos. Foi secretária do governador José Serra na pasta de Saneamento e Energia, e em outros órgãos estaduais. Na direção da Sabesp, entrou em 2011.

Ela é enfática em suas posições e, em entrevistas, costuma ser áspera quando suas posições são contestadas.

A sua forma de conduzir a crise hídrica criou rusgas com o secretário Mauro Arce, homem forte de Alckmin. "Eles não se dão bem, discordam muito um do outro", resumiu um aliado do tucano.


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