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A 20 dias da posse, Tripoli já ameaça deixar secretariado

Ele recusou o convite para pasta do Verde, afirma presidente do PV; vereador não nega nem confirma

Equipe de Haddad diz desconhecer decisão; perda de poder de secretaria teria deixado vereador incomodado

DIÓGENES CAMPANHA EVANDRO SPINELLI DE SÃO PAULO

A 20 dias da posse, o vereador Roberto Tripoli (PV) ameaça desistir de ser o secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo na gestão Fernando Haddad (PT).

O presidente do PV paulistano, Carlos Camacho, confirmou a desistência. "Acabei de receber um telefonema do vereador Tripoli dizendo que escreveu ao prefeito agradecendo e recusando o convite", afirmou o dirigente.

A assessoria de Haddad não respondeu. O deputado estadual João Antonio (PT), futuro secretário de Relações Governamentais, disse que ele, Antonio Donato (indicado para a Secretaria de Governo) e o prefeito eleito não estavam sabendo de nada.

O vereador não negou nem confirmou a desistência. "Não vou me manifestar sobre isso. Quem nomeia, quando nomeia, quem escolhe, é sempre o prefeito. Melhor você falar com ele", afirmou.

Desde que foi anunciado oficialmente, Tripoli estava incomodado com a perda de poder de sua secretaria.

A área responsável por licenciamento ambiental continuará ligada administrativamente à pasta do Verde, mas responderá à Secretaria de Controle Urbano, que cuidará da aprovação de empreendimentos imobiliários.

Além disso, Tripoli estava com dificuldade para montar sua equipe de trabalho. Dois convidados para secretário-adjunto recusaram o convite.

O vereador disse a amigos que, sem equipe experiente no setor público, ele não iria para o governo. Apesar de ser vereador reeleito para o sétimo mandato, ele não tem experiência no Executivo.

Integrantes do PV também afirmam que causou mal-estar na legenda a indicação do ex-ministro Juca Ferreira para a Secretaria de Cultura, vista como um gesto "deselegante" de Haddad.

Ferreira militou no PV de 1988 a 2010, quando se licenciou para apoiar a candidatura de Dilma Rousseff, e não a de Marina Silva, que concorria pelo partido, à Presidência. No ano seguinte, pediu desfiliação e foi para o PT.

O PV não se sentia contemplado com a indicação de Tripoli, que não é tido como homem de partido. Foi ele próprio quem negociou a indicação e, depois de acertar com Haddad, informou a legenda.

Desde então, Tripoli vinha sendo pressionado pelo partido para negociar mais espaço ou desistir da nomeação.

A escolha de Ferreira teria sido a gota d'água. Até o irmão do vereador, o deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), foi acionado para negociar a desistência.

Um dos vereadores do partido, Gilberto Natalini, é inimigo do PT e já atua como oposição a Haddad na Câmara antes mesmo da posse.


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