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Futura secretária de Haddad faz 'intensivão' em 3 favelas do Rio

Filha do vice-presidente, a advogada Luciana Temer assumirá a pasta de Assistência Social

Durante a visita, ela criticou as ações da guarda municipal paulistana com a população de rua

FABIO BRISOLLA DO RIO

Filha do vice-presidente da República, a advogada paulistana Luciana Temer, 42, dispensou qualquer formalidade em sua passagem pelo Rio, sob um sol implacável. A herdeira de Michel Temer será secretária de Assistência Social na gestão de Fernando Haddad (PT).

Sem seguranças ou assessores, ela visitou as favelas de Vigário Geral e do Complexo do Alemão, na zona norte, e o morro do Cantagalo, entre Copacabana e Ipanema, na zona sul carioca.

Esteve no Rio no sábado (8) para observar a gestão dos projetos culturais do AfroReggae, ONG conhecida também por promover a chamada "mediação de conflitos", que, por vezes, consiste em resgatar traficantes do crime e realocá-los no mercado.

"No AfroReggae, eles mostram o caminho sem julgar a pessoa pela vida que levava antes. Essa conduta pode servir de exemplo para muitas situações, como a dos moradores de rua em São Paulo", disse Luciana, que criticou a truculência na abordagem à população de rua.

"O tratamento da Guarda Civil Metropolitana aos moradores de rua [em São Paulo] é indigno. Isso não vai se repetir. Esse governo está se propondo a humanizar São Paulo", afirmou.

Luciana andou por vielas de Vigário Geral, área ainda dominada pelo tráfico de drogas, sempre ao lado de representantes da ONG carioca.

"Fui apresentado à Luciana há quatro meses. Queria torná-la conselheira do AfroReggae, mas ela acabou recebendo o convite para trabalhar no governo", diz José Júnior, coordenador da ONG.

Na companhia de seus dois filhos, Marina, 10, e Pedro, 11, Luciana atravessou a passarela sobre a linha de trem que dá acesso à favela de Vigário e conheceu o centro cultural erguido pela ONG com o apoio de empresas privadas.

Professora da PUC-SP, com doutorado em direito constitucional, ela conheceu o também advogado e hoje deputado federal Gabriel Chalita (PMDB) no meio acadêmico.

Nas últimas eleições, ele contou com a participação da amiga para elaborar o plano de governo. Com a derrota no primeiro turno, Chalita apoiou Haddad, que cedeu ao PMDB a indicação para a Secretaria de Assistência Social.

Ao cogitar Luciana para o cargo, o colega decidiu consultar Michel Temer. "Ele não queria", diz Chalita. Mas Luciana quis e foi indicada. "Não tenho vida política, sou uma técnica que gosta de política", afirmou a secretária.

O plano de andar pelas ruas do Alemão acabou abortado em razão de uma troca de tiros entre homens armados e policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), ocorrido na véspera.

Luciana ainda passeou de teleférico no complexo do Alemão e terminou o dia em uma apresentação de um grupo circense mantido pelo AfroReggae no morro do Cantagalo, na zona sul.


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