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Ilka Brunhilde Laurito

Uma escritora dona de dois Jabutis

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

A paulistana Ilka Brunhilde Laurito escreveu um aviso, só agora encontrado pela família. Nele, pede perdão aos que forem mexer, depois de sua morte, nos muitos papéis que manteve guardados.

Escritora, poetisa e professora, vivia "perseguindo a perfeição da palavra", como conta a sobrinha Maria Eugênia.

Filha de uma dona de casa e de um proprietário de uma loja de couros no centro de São Paulo, licenciou-se em letras e começou a carreira como professora de português.

Lançou "Caminho", seu primeiro livro de poesias, em 1948. Escreveu crônicas -manteve uma coluna na imprensa- e livros juvenis, como "A Menina que Fez a América", baseado na história de sua mãe, imigrante italiana.

A obra levou o prêmio Jabuti de literatura infantil em 1990. Em 1987, ganhara o de poesia, com "Canteiro de Obras".

O crítico Antonio Candido diz considerar seu poema "Genetrix" (1982) uma obra-prima. Ele diz lamentar que a escritora não tenha tido o reconhecimento que merecia.

Ilka também foi diretora do departamento de cinema e educação da Cinemateca Brasileira e coordenou um grupo de correção de provas da Fundação Carlos Chagas.

Tinha espírito inquieto. Discreta e ao mesmo tempo vaidosa, nunca dizia sua idade.

"Esquecida", morava com uma sobrinha em Corumbataí (SP). Sofria de alzheimer e morreu na terça (11), devido a um acidente vascular cerebral. Solteira, não teve filhos.

Em "A Menina que Fez a América", escreveu: "Eu vou morrer um dia, porque tudo que nasce também morre (...). Mas histórias podem durar depois de nós".


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