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Análise

Conteúdo do ensino superior está amarrado à profissionalização

ANTONIO FREITAS ESPECIAL PARA A FOLHA

AO INGRESSAR NO ENSINO SUPERIOR, aluno BRASILEIRO DEIXA DE LADO A FORMAÇÃO MAIS ABRANGENTE

Pela primeira vez o IBGE identificou que 11% dos universitários já tinham outro diploma de curso superior e buscaram um segundo diploma, talvez pela inadequação do sistema universitário brasileiro, em que o aluno tem que fazer escolhas prematuras sobre profissões, eventualmente, dissociadas do mercado de trabalho.

A adequação desses profissionais ao mercado de trabalho, quase sempre, vem de cursos de pós-graduação lato ou stricto sensu.

A relevância do conteúdo do ensino superior no Brasil está amarrada na decisão pregressa de que a educação superior existe para oferecer educação profissional, isto é, a profissionalização precoce.

Logo, desde o ensino médio, com uma evasão superior a 50%, inicia-se um processo de restrição da visão do mundo das gerações futuras, tornando-se candidatos à profissão antes de serem candidatos ao saber.

Ao ingressarem nas instituições de ensino superior, tendo vindo do ensino básico, em geral, de péssima qualidade, salvo as exceções de elite, os estudantes brasileiros orientam-se para uma matriz profissionalizante, deixando de lado uma formação mais abrangente, humanística, histórica, social, enfim, a educação verdadeira.

E o que acontece com os que não chegam ao ensino superior? Lotam as cadeias, ficam subempregados ou dependentes da caridade dos governos.

É um crime não cumprir a Constituição oferecendo educação de qualidade a todos os brasileiros. Quantos Joaquim Barbosa, Villa-Lobos, Oscar Niemeyer e tantos outros brasileiros, com igual potencial, são abandonados no meio do caminho?


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