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Alexandre Gromow (1925-2012)

Um polonês que lutou na guerra

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Alistar-se no Exército alemão foi uma necessidade para o polonês Alexandre Gromow, segundo sua família. Só assim conseguiria terminar os estudos e se tornar engenheiro industrial durante a guerra.

Aos 18, em meio ao conflito, casou-se com Marguerite, com quem teria dois filhos. Após a vitória dos Aliados, acabou preso pelos ingleses.

Foi solto em 1946, depois de marcar seus documentos com carimbos falsos de libertação que esculpira em batatas.

Reencontrou a mulher e, em 1949, veio com ela e os filhos ao Brasil. Marguerite tinha esperanças de que, aqui, poderiam ter uma vida melhor.

Na viagem, o casal foi roubado e passou fome. Já na hospedaria, Alexandre, mesmo sem falar português, conseguiu emprego como técnico na empresa Morrison-Knudson.

Viveu em Minas e Rio, onde ajudou a montar uma hidrelétrica. Sempre na área de eletricidade, fez ainda a manutenção de uma fábrica de cimento no Rio Grande do Sul.

Nos anos 50, a mulher ganhou duas viagens para Paris após participar de um programa de perguntas e respostas sobre "Guerra e Paz" (Tolstói) numa rádio de Porto Alegre.

A família ainda ganhou um fogão e um refrigerador do dono de uma loja, que se encantou pela história do casal.

Na Siemens, Alexandre foi transferido para São Paulo. Passou ainda pela Volkswagen antes de se aposentar.

Era comunicativo e gostava de contar histórias, como lembra a família. Perdeu a filha há 12 anos e a mulher há cinco, ambas com câncer.

Morreu na sexta (14), aos 87, de insuficiência cardíaca, renal e choque séptico. Teve três netos e dois bisnetos.


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