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Muro que desabou não tinha vigas de apoio

Antiga fábrica teve telhado retirado para construção de lojas, e divisória lateral ficou com a função de isolar o terreno

Direção de futuro shopping diz que não havia necessidade de escoramento; sete pessoas morreram

Fotos Vinicius Pereira/Folhapress
Trecho do muro de uma antiga fábrica que ruiu anteontem em Sorocaba (a 99 km de São Paulo), matando sete pessoas
Trecho do muro de uma antiga fábrica que ruiu anteontem em Sorocaba (a 99 km de São Paulo), matando sete pessoas
MARÍLIA ROCHA ENVIADA ESPECIAL A SOROCABA DANIELA ARAI DE SÃO PAULO

O muro que desabou sobre quatro carros e resultou na morte de sete pessoas na noite de anteontem em Sorocaba não tinha vigas de apoio.

A construção que ruiu, com sete metros de altura, na verdade era uma parede sem escoramento nem telhado, que acabou virando muro.

Um dia após o desabamento numa área que dará lugar a um shopping, a direção do empreendimento disse que as obras estavam em situação regular e seguiam "técnicas modernas de engenharia".

O projeto do Pátio Cianê mantinha a fachada de uma antiga fábrica de tecidos, que era tombada, mas a parte interna foi demolida para dar lugar a mais de 200 lojas, num terreno de 43 mil m².

Durante as obras, foi retirado um telhado que, segundo a Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo, poderia ajudar na sustentação da parede. A pasta, porém, diz que ainda não é possível relacionar esse fato à queda.

A obra foi interditada. A Polícia Civil abriu inquérito.

MUDANÇA PLANEJADA

O diretor de operações do shopping, Márcio Araújo, disse que é cedo para afirmar o que motivou a queda.

Segundo ele, não houve desencontro entre as exigências feitas sobre o projeto pela prefeitura e outros órgãos e aquilo que estava sendo efetivamente executado.

"Um corpo técnico da construtora faz o acompanhamento para garantir que o que foi projetado seja executado."

Araújo disse ainda que não há definição sobre o estado do restante da estrutura nem é possível dizer que não há mais riscos de desabamento.

Sobre a falta de apoio estrutural para a fachada, o diretor diz que "longos estudos" concluíram que não havia necessidade de escoramento no local e que a retirada do telhado havia sido aprovada no projeto.

PÂNICO

Sirlene Marques, uma motorista que passava pela avenida na hora do desabamento do muro, disse que não conseguiu fazer nada na hora. Ficou paralisada.

"A gente via as pessoas dentro do carro e por um instante deu tanto medo que não conseguimos reagir", diz.

Algumas pessoas ajudaram a remover os escombros, mas pararam quando as equipes de resgate chegaram ao local do acidente.

Os mortos tinham entre 5 e 53 anos. Tiago Alvares Siqueira, o mais novo, estava no carro com a mãe, de 30, e a tia, de 25, que também morreram.

Um irmão dele, de oito anos, e a avó estavam em outro carro que estava um pouco mais a frente, e não foram atingidos.


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