Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Baleada na cabeça, menina espera 8 horas por cirurgia

Demora no atendimento ocorreu porque neurocirurgião faltou ao plantão

Secretaria de Saúde afirmou repudiar falta do médico; profissional disse que havia pedido demissão do emprego

DO RIO

Uma menina de dez anos, baleada na cabeça durante as festas de comemoração do Natal, ficou por oito horas aguardando para ser submetida a uma cirurgia. A demora ocorreu porque o médico do hospital para onde a menina foi levada faltou ao plantão.

De acordo com a Polícia Militar do Rio, Adriele dos Santos Vieira foi atingida enquanto brincava em Piedade, bairro da zona norte do Rio.

Segundo familiares, a criança estava na rua com sua boneca que havia acabado de ganhar de presente e, de repente, caiu no chão com um ferimento na cabeça.

Eles só souberam se tratar de um tiro quando, no Hospital Municipal Salgado Filho, os médicos informaram que havia uma bala alojada.

"Na hora ela caiu com sangue na cabeça e desacordada. Só soubemos que era um tiro quando chegamos aqui", disse o pai da menina, Marco Antônio Vieira, à TV Globo.

Mesmo com a gravidade do ferimento, a criança teve que aguardar por oito horas para ser submetida a cirurgia.

O neurocirurgião escalado para o plantão noturno, Adão Orlando Crespo Gonçalves, não compareceu ao trabalho.

A Folha não conseguiu localizar o neurocirurgião. À TV Globo, ele alegou que não compareceu ao trabalho porque havia pedido demissão.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde não confirmou a versão. Disse que "o profissional faltou ao trabalho e um inquérito administrativo será instaurado para apurar o caso".

A pasta informou que "lamenta e repudia o comportamento do profissional e aplicará punição ao médico."

A cirurgia da menina durou cerca de três horas. Ela permanecia internada e, até a conclusão desta edição, seu quadro era considerado grave.

A polícia do Rio vai investigar a origem do disparo. A PM afirmou que não registrou tiroteio na região.

Uma das possibilidades apontadas pela própria família é de que traficantes da favela Urubuzinho atiraram para o alto e uma das balas acertou a cabeça de Adriele. "Eram muito fogos e não deu para perceber que havia tiro. Eles devem ter dado muito tiro para o alto e atingido minha filha", disse Vieira.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página