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Nova gestão

Sem dinheiro, novos prefeitos querem reduzir gastos e buscar novas receitas

Empossados ontem dizem que irão atrás de recursos privados e dos governos federal e estadual

Entre as medidas estão cortes de secretarias e de cargos de confiança, aumento de imposto e revisão de contratos

DE SÃO PAULO DO RIO DE CURITIBA DE BELO HORIZONTE DE CAMPINAS DE PORTO ALEGRE

Prefeitos das principais cidades brasileiras assumiram ontem prometendo medidas como corte de gastos e busca de novas receitas para tirar as prefeituras da crise financeira e recuperar suas capacidades de investimento.

O discurso lembra o de quatro anos atrás, mas ganharam um ingrediente: a retração da atividade econômica do país. Em 2012, o PIB deve crescer 1%. Em 2008, o crescimento foi de 5,2%.

As iniciativas se dividem em dois blocos. De um lado, diminuir gastos, com medidas como extinção de secretarias, cortes no Orçamento, redução de cargos de confiança e revisão de contratos.

Do outro, a ideia é buscar receitas extras, elevando impostos ou tentando novas fontes de dinheiro, tanto na iniciativa privada quanto nos governos estadual e federal.

"Não recusarei um único centavo", disse o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Antes, seu antecessor, Gilberto Kassab (PSD) alertou. "A situação financeira da prefeitura é muito difícil."

Haddad abriu seu discurso de posse dizendo ser necessário renegociar a dívida com a União, de cerca de R$ 50 bilhões. "São Paulo perdeu sua capacidade de investimento em razão de acordo de dívida literalmente insustentável, hoje e no futuro."

No Rio, Eduardo Paes (PMDB) disse que vai elevar a receita -com incentivo ao pagamento de impostos atrasados e reajuste do IPTU em alguns bairros- e cortar 10% dos gastos das secretarias.

"Todo governo vai acumulando gorduras. E o meu deve ter acumulado também. O corte é para que os secretários reflitam sobre o que é de fato necessário e essencial."

OUTRAS CIDADES

Em Porto Alegre, o prefeito José Fortunati (PDT) aposta em "melhorar a qualidade dos gastos" e no incremento da receita -uma das medidas será a revisão do IPTU.

Capitais como Recife, Salvador, Florianópolis e Manaus vão reduzir de 20% a 30% os cargos de confiança.

Reeleito em Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) lembra que as prefeituras fizeram despesas com base em estimativas otimistas de receita. "Não sabemos como a arrecadação vai ficar", afirmou.

"O primeiro ano será difícil, e o que descobrimos a cada dia é no mínimo desconfortável", disse o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT).

O quadro piorou após a desoneração de setores da economia, a partir de março, que levou à queda da receita.

"É preciso diálogo sobre o que Estados e municípios perdem", disse o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), que fala em congelar orçamento e sustar licitações.

Prefeitos pedem desde meados de 2012 socorro ao Planalto. "Nem deram resposta", diz Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios, que cobrava parcela extra de R$ 2 bilhões do Fundo de Participação dos Municípios, perdido com a desoneração.


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