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Governo de SP vai facilitar internação à força de viciados 'graves' em drogas

Medida foi anunciada pelo governador ontem, um ano após o início da operação na cracolândia

De acordo com Geraldo Alckmin (PSDB), a mudança deve ser implementada nas próximas 2 semanas

TALITA BEDINELLI AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem um projeto para facilitar a internação à força de dependentes graves de drogas.

A divulgação foi feita após ele ser questionado sobre a operação na cracolândia, centro de São Paulo, que completou um ano ontem. Reportagem da Folha mostrou que o tráfico continua no local.

O governo não deu detalhes sobre a medida. A Folha apurou que ela está em fase final de discussão e que o anúncio foi antecipado por Alckmin.

De acordo com ele, a medida deve ser implementada nas próximas duas semanas.

A principal alteração se dará na equipe do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), para onde são levados viciados por agentes do governo.

No local, haverá médicos, um promotor e um juiz, que juntos vão agilizar a decisão pela internação do viciado.

Os médicos avaliarão as condições do paciente e informarão a necessidade de internação forçada de casos graves que recusarem tratamento.

O promotor dará então um parecer, e o juiz decidirá se a internação forçada é necessária. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanhará a decisão.

No anúncio, Alckmin afirmou que o projeto -uma parceria entre governo, Tribunal de Justiça, Ministério Público e OAB- seria para internações "involuntárias", modelo em que um familiar pode pedir a internação forçada diretamente ao sistema de saúde, sem precisar da Justiça.

À tarde, o palácio confirmou que também serão feitas internações "compulsórias" -quando a Justiça tem que autorizar a internação, após atestado médico e parecer da Promotoria (a família não precisa pedir).

O governo não informou oficialmente qual o critério exato para definir os casos "graves" até a conclusão desta edição.

No anúncio, Alckmin disse que são os que implicam em "comprometimento da saúde e da vida das pessoas".

O projeto servirá para crianças, adolescentes e adultos.

Segundo Rosangela Elias, coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Drogas do governo, a medida não será uma "caça às bruxas". "Esperamos que esse seja o caso da grande minoria", diz a coordenadora.

O desembargador Antonio Carlos Malheiros, da área da Infância e Juventude do TJ, diz que a medida o preocupa.

"Não sou contra a internação compulsória, mas o meu temor é que isso seja feito em massa. Que se comece a retirar todo mundo da rua e confundir o usuário de drogas com o marginal."


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