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ONG conveniada defende busca voluntária por ajuda

AFONSO BENITES MARLENE BERGAMO DE SÃO PAULO

Elizeu Dias, 37, foi traficante em Vitória (ES) por 14 anos. Tinha 11 bocas de fumo e um lucro mensal de cerca de R$ 30 mil. Ele usava crack.

Janaína Ramos, 26, foi, por quase uma década, usuária de cocaína e álcool em São Paulo. Caminhava pelas ruas da região central em busca da droga e sempre foi arredia a tratamentos.

Na última sexta-feira, o grupo de agentes em que Elizeu e Janaína agora trabalham foi o responsável por dar uma nova chance para o dependente químico Jeferson Lima, 29.

A equipe da ONG Missão Belém convenceu o usuário de crack a se internar pela nona vez. "Se eu não for internado agora, vou voltar para lá", disse Jeferson apontando para a direção da multidão de viciados que se aglomerava na cracolândia, nas proximidades da estação Júlio Prestes, na região central da cidade.

Após firmar um convênio anual de R$ 4 milhões com o governo estadual, a Missão Belém iniciou um trabalho de tratamento de dependentes.

Desde o dia 3 de dezembro, cerca de 50 agentes já conseguiram encaminhar 400 viciados da cracolândia para serem tratados em uma das 113 casas da entidade.

Todos foram internados voluntariamente. Ou seja, convencidos pelos agentes - ex-usuários de drogas- a receber o tratamento.

Como falam a mesma "língua" dos viciados e, vez ou outra, chegam a dormir com eles nas ruas, os agentes conseguiram estabelecer uma relação de confiança.

"É um trabalho de paciência e perseverança", afirmou o padre Gianpietro Carraro, idealizador e coordenador-geral do projeto.

Nesta segunda-feira, dia 21, as equipes da ONG terão um novo desafio: provar para os viciados que não vão interná-los à força. Isso porque vai começar o programa de internações compulsórias feito pelo governo estadual.

"Vai ficar mais difícil para nossa abordagem", reclamou Elizeu, livre das drogas e do tráfico há sete anos e hoje coordenador de campo na região da cracolândia.


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