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Projeto de casas tem espaço para improviso

Arquiteto propõe um cômodo para 'puxadinho' em conjuntos habitacionais do governo

ITALO NOGUEIRA DO RIO

Um modelo de conjuntos habitacionais em estudo no Ministério das Cidades propõe que prédios erguidos pelo governo tenham vielas e puxadinhos, habituais nas favelas. A proposta pode nortear mudanças nos imóveis construídos com verbas do Minha Casa Minha Vida.

O projeto, do arquiteto Luiz Carlos Toledo e financiado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), prevê ainda a mudança na forma de construção das habitações de interesse social.

A principal mudança é a existência de diferentes tipos de apartamentos num mesmo edifício. Um mesmo prédio seria composto de unidades de um a quatro quartos -a regra atual aceita só apartamentos de até dois quartos.

A maior novidade, porém, refere-se à transferência dos puxadinhos e vielas -criados de irregularmente nas favelas- para habitações de interesse social.

Cada imóvel teria uma área livre na qual o morador pode expandir seu imóvel. Ali pode instalar um comércio ou novo cômodo para parentes ou para aluguel.

"Reproduzi o que vi nos becos das favelas. Há sempre uso misto da habitação. Se o projeto original resistir muito ao 'puxadinho', ele será feito da pior maneira, normalmente invadindo o espaço público", diz Toledo. Hoje, é proibido desenvolver comércio nesses conjuntos.

Para o arquiteto, a atividade comercial faz parte da "estratégia de sobrevivência dos mais pobres". "Quando uma favela é urbanizada e a pessoa recebe título de propriedade, passa a arcar com custos que não tinha. É uma tentativa de fazer com que o morador consiga pagar essas novas despesas."

O modelo prevê ainda que as escadas sejam abertas aos moradores da favela para criar novos espaços públicos, atrair pessoas para o comércio do conjunto e melhorar a mobilidade na região.

Toledo coordenou o Plano Diretor da Rocinha, elaborado em 2006, e que serve de inspiração para essa proposta. O modelo prevê 11 tipos de conjuntos habitacionais.

O estudo prevê ainda mudança na forma de construir os prédios. Em vez da instalação de canteiros de obras, as peças seriam pré-moldadas e instaladas no local de construção. A intenção é que o projeto que seja usado em todo o país.

Para o Ministério das Cidades, a proposta contribui "para o debate e a proposição de novos parâmetros de sustentabilidade dos empreendimentos apoiados pelos programas federais na área da habitação social e de infraestrutura urbana".


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