Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Espera por atendimento em centro para dependentes chega a 5 horas

Com demanda em alta, plantão judicial no Cratod tem filas de familiares em busca de orientação

Secretários de Estado se reuniram nesta semana para discutir estratégias de melhora no atendimento

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

Cinco horas foi o tempo esperado anteontem por famílias em busca de internação involuntária para dependentes de drogas no plantão judicial iniciado pelo governo estadual há nove dias.

O problema acontece porque houve aumento da demanda nos últimos dias, conforme constatou a Folha, em visitas feitas nesta semana.

Os casos são, em sua maioria, de parentes em busca de ajuda para conseguir a internação de dependentes químicos que se recusam a buscar tratamento. Para isso, precisam que um juiz determine que agentes de saúde saiam em busca dos viciados nos locais onde vivem.

Anteontem, a dona de casa Magda da Silva, 31, foi com a sogra até o Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), no Bom Retiro, centro de São Paulo, para tentar internar o marido.

Ela chegou às 12h e foi atendida por volta das 17h. Uma pessoa que se identificou como orientador pediu que ela voltasse no dia seguinte para poder conversar com o promotor, pois o plantão judicial já estava no fim.

"É muito tempo de espera, sem garantias de que o problema será resolvido. Enquanto isso, meu marido está se drogando sem parar lá em casa", disse Magda.

Desde o último dia 21, o governo estadual montou um plantão (com juiz, promotor e advogados) para agilizar as internações compulsórias (contra a vontade do usuário, mas com autorização da Justiça) e involuntárias (à força, mas sem autorização judicial).

O governo do Estado vem dizendo que não faltam leitos para a internação dos usuários de drogas.

O juiz Samuel Karazin disse que, nas últimas semanas, tem determinado ao Estado que envie equipes de saúde para avaliar a necessidade de internação nos locais indicados pelas famílias.

Por conta da alta demanda, o secretário da Saúde, Giovanni Guido Cerri, se reuniu com os secretários Eloisa Arruda (Justiça), Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Social) e Edson Aparecido (Casa Civil) para discutir estratégias de atendimento (leia ao lado).

Para convencer a Justiça a determinar a internação de um sobrinho, a dona de casa Andrelina Ribeiro dos Santos Souza, 67, levou 20 fotos de uma casa semidestruída.

"Meu sobrinho acabou com a casa toda, até as privadas. Ele faz isso quando está em surto, doidão de tanto usar droga", explicou.

No fim da tarde de anteontem, um segurança pediu que a reportagem saísse do Cratod.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página