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Fiscais do Meio Ambiente são deslocados para a Controlar
Servidores reclamam de que já trabalham em número muito baixo na secretaria
Mais da metade da equipe de especialistas vai monitorar os serviços de inspeção veicular da empresa
A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo vai deslocar de suas funções quase metade dos especialistas responsáveis pela fiscalização ambiental da cidade para que eles monitorem o trabalho dos 16 centros da Controlar, empresa que realiza a inspeção veicular.
Eles são encarregados de verificar denúncias de infração ambiental, como desmatamento, lançamento de poluentes em rios e ocupação irregular em área protegida. E reclamam que já trabalham em número abaixo do necessário: só 39 das 180 vagas da função estão preenchidas.
Na Controlar, a atribuição dos fiscais será a de vistoriar se o serviço à população está sendo bem prestado: se há filas, se os motoristas são recebidos com educação e se há corrupção, de acordo com os próprios fiscais.
Eles foram avisados disso nesta semana, em uma reunião na Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Inicialmente, a ideia era que 32 dos fiscais da cidade participassem da nova tarefa.
Após reclamações, o secretário Ricardo Teixeira decidiu que, em vez dos 32, 16 mudariam para a Controlar -um fiscal para cada centro.
Oficialmente, a secretaria nega a determinação. A nova atuação dos fiscais foi publicada ontem no "Diário Oficial" do Município, com a justificativa de que há "necessidade de aprimorar a fiscalização" da inspeção veicular.
Questionada, a prefeitura não explicou como é feita essa fiscalização atualmente (leia o texto abaixo).
"Isso vai acabar com a fiscalização ambiental em São Paulo. Em menos de uma semana, um barraco construído em uma área de preservação vira uma favela se não for destruído. Depois, não tem mais o que fazer", contou um dos fiscais, que pediu para não ter o nome divulgado.
MUITO TRABALHO
Os fiscais afirmam que a quantidade de trabalho já é grande mesmo com todos eles atuando.
Entre janeiro e novembro de 2012, eles receberam 7.059 processos -grande parte deles (44%) referente a danos à vegetação- e fizeram 1.375 vistorias. Há crimes que têm prazo para serem autuados ou podem prescrever.
